A Jaguar regressa este ano à competição. É um marco histórico para uma marca que esteve imbatível em Le Mans entre 1955 e 1957 e voltou a ganhar a clássica francesa em 1988 e 1990 nos tempos da TWR-Jaguar de Tom Walkinshaw.
O regresso passa pela aposta na Formula E (eléctrica), uma disciplina que procura afirmação e mediatismo, mas representa um grande desafio tecnológico para todos os construtores, que vêm a motorização eléctrica como uma alternativa. A Jaguar é a primeira marca Premium a envolver-se numa disciplina que vai entrar no terceiro ano de vida, apesar da Audi e da BMW estarem presentes sob a imagem de equipas semi-oficiais.
Esta fórmula utiliza chassis Dallara, baterias fornecidas pela Williams F1 e esta temporada dá alguma liberdade aos desenvolvimentos dos motores de cada marca, o que poderá justificar a parceria entre a Jaguar e Panasonic, para a criação da Panasonic Racing Jaguar, que poderá chegar a outros níveis em caso de maior liberalização dos regulamentos técnicos. Seja como for, a presença da Panasonic é a demonstração do aumento de importância da Formula E no campo tecnológico.
O chassis da Jaguar pode ser igual aos restantes (por imposição do regulamento), mas chama-se I-Type 1 e os pilotos da equipa vão ser Adam Carroll; Mitch Evans, pupilo do ex-piloto de F1 Mark Webber, e o chinês Hi-Ping Tung. Sem entrar em juízos de valor, talvez se esperassem nomes mais sonantes para apadrinhar o regresso da Jaguar à competição, tanto mais que James Barclay, o director de equipa, admitiu que
"este é um campeonato para pilotos".
A temporada de 2016/2017 começa a 9 de Outubro em Hong Kong e nos testes oficiais, realizados esta semana,
"o desenvolvimento do nosso carro evoluiu de forma positiva e estamos satisfeitos com os progressos realizados", admitiu James Barclay.
"Queriamos percorrer muitos quilómetros para atestar a fiabilidade e os resultados foram positivos, mas temos de controlar as espectativas, porque em Hong Kong vamos ter uma corrida muito dura pela frente".
Em Gaydon, os engenheiros estão entusiasmados com o desafio tecnológico, que têm pela frente, mas há riscos importantes. Competir com a Audi, que até 2018 está escondida na sombra da equipa Abt, ou com a BMW disfarçada com as cores da Andretti é um jogo entre pares, mas perder para a Renault, para a Peugeot/Citroen ou para as várias equipas apoiadas pelo capital de marcas chineses que apostam na motorização eléctrica, tem que ser visto como um risco em termos de imagem…
Jaguar regressa à competição em modo eléctrico