A Porsche voltou a subir ao topo do pódio nas 24 Horas de Le Mans, ultrapassando uma das edições mais duras de que há memória antes de alcançar uma vitória verdadeiramente épica, a 19ª da história da marca de Estugarda.
Timo Bernhard, Earl Bamber e Brendon Hartley protagonizaram uma recuperação fantástica depois de nas primeiras horas da prova ter chegado a estar a 17 voltas do primeiro classificado. Esta "remontada" épica só ficou completa (ou quase completa!) a cerca de uma hora do final, com o Porsche número 2 a deixar para trás o… LMP2 (sim, leu bem!)Oreca número 38 da equipa Jackie Chan DC Racing, que tem que ser visto como um dos grandes vencedores do dia, já que juntou à vitória na categoria LMP2 um incrível segundo lugar absoluto que muito poucos podiam adivinhar.
O carro número 38 da equipa chinesa, apoiada pela Jota Sport, contou com os pilotos Oliver Jarvis, Ho-Pin Tung e Thomas Laurent ao volante, que garantiram uma vantagem de mais de três voltas face ao segundo classificado dos LMP2, que teve Nelson Piquet Jr, David Henmeier Hanson e Mathias Beche ao volante.
Filipe Albuquerque, no Ligier número 32 da United Autosports, foi o melhor dos portugueses, garantindo a sexta posição na geral e a quinta na categoria LMP2.
Tal como se esperava, a categoria GTE Pro foi a mais disputada, sendo que durante grande parte do tempo foram os Aston Martin que "mandaram". Ainda assim, o desfecho só foi conhecido na última volta, quando um furo tirou o Corvette C7 R com o número 63 da luta pela vitória e o deixou no terceiro posto, atrás do Ford GT (número 67) de Harry Tincknell, Andy Priaulx e Pipo Derani e do vencedor da categoria, o Aston Martin Vantage #97 da Aston Martin Racing.
E se na categoria GTE Pro a decisão só ficou conhecida no final, na GTE AM foi precisamente o oposto, já que o Ferrari 488 da JMW Motorsport dominou durante quase toda a prova e garantiu um triunfo claro. O pódio ficou completo com o Ferrari 488 número 55 da equipa Spirit of Race e pelo Ferrari 488 número 62 da Scuderia Corsa.
Pedro Lamy, ao volante do Aston Martin Vantage #98, teve que contentar-se com o oitavo posto desta classe, enquanto Álvaro Parente, num Ferrari 488 (número 60), não fez melhor que o 11º lugar.
O (novo) drama da Toyota
Depois do drama vivido na edição de 2016 das 24 Horas de Le Mans, em que o Toyota que seguia em primeiro parou a seis minutos do fim entregando a vitória à Porsche, eram muitos os fantasmas que os nipónicos tinham pela frente nesta edição
E a verdade é que se o Toyota número 7 dominou durante todo o fim-de-semana, deixando antever uma possível vitória para a Toyota, tudo mudou durante a prova. O carro número 8 foi o primeiro a ficar "fora de combate" com um problema que obrigou a substituir o motor eléctrico e a bateria dianteira.
E durante a noite, no espaço de meia hora, a Toyota viu o #7 abandonar com problemas na embraiagem e o #9 a embater num LMP2, que lhe causou danos que o impossibilitaram de chegar às "boxes". Os responsáveis da marca nipónica nem queria acreditar no que estavam a ver…