Thierry Neuville (Hyundai) venceu o Rali da Suécia, a segunda prova do WRC-2018. Foi o primeiro triunfo da marca sul-coreana numa clássica do "Mundial" de ralis e, se alguns podem dizer que foi fruto das circunstâncias, essas circunstâncias estão longe de ser uma novidade e ninguém pode esquecer que Neuville dominou com grande autoridade e Mikkelsen garantiu o terceiro lugar.
É quase impossível andar depressa na neve fofa e, nessas condições, quem parte à frente tem de abrir o caminho, uma função mais difícil do que varrer as pedras/areias dos troços de terra. É certo que, na Suécia, antes dos concorrentes do WRC, passam os participantes no rali de clássicos, e é verdade que eles limpam alguma neve. Mas os pneus dos WRC não cabem nos trilhos abertos pelas "rodas de bicicleta" do clássicos que, em vez de ajudarem, acabam por complicar ainda mais. Esta questão tem barbas e só voltou a ser tema porque este ano há muito mais neve do que nos anos anteriores...
1ª ETAPA – Ott Tanak ganhou o troço espectáculo disputado em Karslstad na estreia com a Toyota e, para não deixar dúvidas, foi o mais rápido nos 21,6 km de Hof-Finnskog (21,6 km), o primeiro dos três troços que foram percorridos por duas vezes durante a primeira etapa. Mas o cenário mudou nos 24,88 km da passagem por Svullrya, onde Thierry Neuville (Hyundai) mostrou que corria atrás da vitória.
Os Hyundai de Neuville e Mikkelsen estavam separados por 3,7 segundos. O Toyota de Esapekka Lappi (+5,3 s) e o Citroën de Mads Ostberg (+7,4 s) surgiam logo a seguir.
NEVE NÃO É NOVIDADE. Quando há mais neve do que gelo, as regras do jogos alteram-se e os primeiros concorrentes na estrada pagam a factura. Na segunda passagem por Hof-Finnskog (21,6 km), a parte final não foi "aspirada" pelos limpa-neve, e pilotos como o campeão Sébastien Ogier (Ford) perderam cerca de meio minuto para o líder. Quem partiu "lá de trás" teve vantagem e Hayden Paddon (Hyundai) venceu o troço.
Neuville não foi além do sexto tempo, mas manteve a liderança com 2,1 segundos de vantagem sobre Lappi, que roubou o segundo lugar a Mikkelsen. O finlandês da Toyota errou na segunda passagem por Svullrya e atrasou-se, num troço onde Craig Breen (Citroën) foi o mais rápido. Este triunfo foi um tónico para o piloto da Citroën, que voltou a ser o mais rápido na segunda passagem por Rosjden, chegando ao terceiro lugar da geral.
2ª ETAPA. A dupla passagem pelos troços de Torntorp (19,88 km), Hagsfors (23,4 km) e Vargasen (14,21 km) era decisiva e Ott Tanak assumiu-o: foi o mais rápido nas duas primeiras classificativas da segunda ronda, mas a liderança já estava muito longe. Nesta altura, Neuville "tremeu": queixou-se de problemas nas patilhas do comando da caixa de velocidades, ao mesmo tempo que Mikkelsen perdia terreno para o Citroën de Craig Breen.
A Hyundai procurou resolver os problemas de Neuville e Mikkelsen. O francês só tinha 5,9 segundos de vantagem sobre o Citroën de Craig Breen e Andreas Mikkelsen estava a 11,7 segundos do piloto da Citroën.
Na segunda ronda, Craig Breen partiu ao ataque da primeira posição e foi o mais rápido na segunda passagem por Torntorp. Foi um alerta para Neuville, que reagiu de imediato, vencendo as duas últimas classificativas do dia. Pelo meio fica um incidente ente Kris Meeke, que saiu de estrada e deixou o Citroën numa posição que causou um pequeno acidente com Ott Tanak.
3ª ETAPA. A derradeira etapa contou com duas passagens pelo troço de Likenas (21,19 km) e uma passagem por Torsby (9,56 km). Os Toyota de Tanak e Lappi estiveram em destaque na maior parte das classificativas, mas a questão da vitória ainda estava em aberto.
Sébastien Ogier foi demasiado cauteloso e Craig Breen tentou uma surpresa e ganhou terreno. Mas a um troço do final, os 16,2 segundos que separavam o Hyundai do Citroën continuavam a ser confortáveis na Power Stage.
Lappi voltou a ser o mais rápido e garantiu o quarto lugar da geral. Mas a festa foi da Hyundai. Sébastien Ogier venceu pela primeira vez o Rali da Suécia e garantiuo comando do campeonato do mundo de condutores.
Classificação final
Pos. |
Piloto |
Veículo |
Tempo / Dif. |
1º |
Neuville/Gilsoul |
Hyundai i20 WRC |
2h 52m 13,1 s |
2º |
C. Breen/S. Martin |
Citroën C3 WRC |
+19.8 s |
3º |
Mikkelsen/Jager |
Hyundai i20 WRC |
+28,3 s |
4º |
E. Lappi/j. Ferm |
Toyota Yaris WRC |
+45,8 s |
5º |
Paddon/Marshall |
Citroën C3 WRC |
+54,4 s |
6º |
Ostberg/Eriksen |
Citroën C3 WRC |
+1m 15,3 s |
7º |
Latvala/Anttila |
Toyota Yaris WRC |
+2m 04,9 s |
8º |
Suninen/Markkula |
Ford Fiesta RS WRC |
+2m 52,2 s |
9º |
Tanak/Jarveoja |
Toyota Yaris WRC |
+3m 44,4 s |
10º |
E. Evans/Barritt |
Ford Fiesta RS |
+5m 27,4 s |
"MUNDIAL" DE EQUIPAS – 1º Hyundai, 54 pontos; Toyota Gazoo, 53; 3º Citroën, 46; 4º M-Sport Ford, 43; etc.
"MUNDIAL" DE PILOTOS – 1º Thierry Neuville, 41 pontos; Sébastien Ogier, 30; 3º Jari-Matti Latvala, 23; 4º Esapekka Lappi, 23; 5º Ott Tanak, 21; 6º Andreas Mikkelsen, 21; 7º Craig Breen, 20; 8º Kris Meeke, 17; etc.