Carlo Alberto
Abarth tem o nome associado ao desporto automóvel e é sinónimo de (mais) potência para os modelos Fiat. Nascido a 15 de Novembro de 1908 em Viena de Áustria com o nome Karl, cedo foi para Itália, onde se naturalizou. Viveu em Turim, o epicentro da efervescente indústria automóvel italiana, sendo contaminado pelos ares de uma região onde se respira competição e as pessoas vivem ligadas à indústria automóvel.
O primeiro sintoma de contágio passou pela paixão pelas corridas de motos. Foi piloto, mas seriam os automóveis que lhe garantiriam a notoriedade, quando trocou as duas rodas pelas quatro rodas dos protótipos que desenvolveu à procura de novos recordes, onde ganhou a experiência que o levou à notabilização como preparador e construtor de automóveis destinados à competição.
Numa altura em que a palavra "tuning" era mais ou menos sinónimo de maluqueiras, projectou e desenvolveu novas panelas de escape, vendeu kits de potência e descobriu a "poção mágica" capaz de potenciar pequenos motores da época: as árvores de cames duplas ("bialbero"), propondo motores que iam dos 1098 cc aos 1966 cc. Trabalhou muito próximo da Fiat, fazendo história com os primeiros 500 e 600, mas também fez incursões com modelos de outras marcas, como a Simca ou a Porsche.
Em 1964 surpreendeu com modelos como um 695 cc de 66 cv e um "bialbero" de 1966 cc de 114 cv. Produziu pequenos protótipos de competição, grandes motores como um V12 de 6,0 litros e um V8 de 2986 cc de 310 cv, mas em 1971 resolveu abandonar a empresa, no auge da fama. Instalou-se em Viena, onde morreu a 24 de Outubro de 1979. A Fiat tomou conta da Abarth, associando o nome a modelos que marcaram gerações no Campeonato do Mundo de Ralis, como foi o caso do 124 Spider Abarth ou do 131 Abarth. Foram os anos de ouro de pilotos como Markku Alen, numa época em que o Rali TAP (e mais tarde o "Vinho do Porto") era o "Melhor Rali do Mundo".
Depois, o Grupo Fiat retirou os 131 Abarth de cena, apostando na Lancia como porta-bandeira no Mundial de Ralis, deixando cair o nome Abarth. O tempo passou, mas a memória perdurou, sobrevivendo ao esquecimento a que foi votada.
A marca italiana recuperou a fórmula de Carlo Abarth para lançar no mercado kits capazes de potenciar modelos como o 500, mas acabou por autonomizar a marca que hoje procura afirmar uma identidade própria com
propostas especiais do 500 e do
novo 124 Spider.