Na vésperas do final do ano de 1984 os concorrentes à 6ª edição do Rali Paris-Alger-Dakar estavam prestes a partir. Mas, entre os 313 carros e camiões e as 114 motos, todas as atenções se viraram para os Porsche 953 de René Metge/Dominique Lemoine e Jacky Ickx/Claude Brasseur.
Para além do peso da Porsche, que desenvolveu uma versão especial do 911 para participar na maratona, a imagem de pilotos como René Metge e Jacky Ickx e o mediatismo do actor Claude Brasseur completavam o sucesso.
O Porsche 953, que muitos apelidavam como 911 4x4, estava equipado com um comando manual que permitia controlar a tracção total, contava com uma suspensão desenvolvida para as exigências do "Dakar" e dispunha de um motor boxer com 300 cv de potência.
Ao longo dos 5 882 km percorridos entre Paris e Dakar, Jacky Ickx assumiu o comando na quarta etapa entre Tamanrasset e Iferouane, na Argélia, mas na passagem pelo deserto do Ténéré o belga perdeu-se nas dunas, cedeu três horas e perdeu qualquer hipótese de chegar à vitória. René Metge assumiu o comando que manteve até ao final, vencendo à frente do Range Rover de Zaniroli/Da Silva e do Mitsubishi Pajero de Cowan/Spyer. Jacky Ickx terminou na sexta posição.
Em 1985 a Porsche regressou ao "Dakar" com o novo Porsche 959 e três equipas: René Metge/Dominique Lemoine, Jacky Ickx/Claude Brasseur e Jochen Mass/Ekkehard Kiefer, mas nenhum dos carros chegou ao final.
Os alemães regressaram em 1986 e as duplas René Metge/Dominique Lemoine, Jacky Ickx/Claude Brasseur foram acompanhadas por um terceiro carro entregue ao engenheiro Roland Kussmaul, que trabalhou no desenvolvimento do 959.
A prova foi marcada pelo duelo entre o Porsche 959 e os Mitsubishi Pajero, mas no final a vitória sorriu a René Metge, que chegou ao Lago Rosa em Dakar à frente de Jacky Ickx e do Mitsubishi de Hubert Rigal. Depois de duas vitórias em três edições, a Porsche encerrou o seu capítulo no Rali Paris-Alger-Dakar.