Henri Toivonen talvez esteja para o Campeonato do Mundo de Ralis como Gilles Villeneuve esteve para a F1: talentoso, espectacular, emocionante e com uma carreira tão curta como trágica, marcada pelo acidente na Volta à Corsega (2 de Maio de 1986), quando se despistou ao volante de um Lancia Delta S4 de Grupo B. Era filho de Pauli Toivonen, um piloto que venceu o Monte Carlo e o Campeonato da Europa de Ralis. Nasceu a 25 de Agosto de 1956 e cresceu em Jyvaskyla, o epicentro dos ralis na Finlândia e aos cinco anos de idade já conduzia o carro do pai nos lagos gelados da sua terra natal. Começou a competir aos 18
anos e o seu estilo, tão agressivo como espectacular, atraiu as atenções ao volante de um Talbot Sunbeam. Em 1980 foi chamado à equipa oficial e acabou por vencer o RAC aos 24 anos de idade. Depois teve uma passagem pela equipa da Opel, sem grande sucesso, e acabou por recusar um convite da Peugeot para guiar um 205 T16, porque já tinha um compromisso com a Lancia onde surgiu ao volante do 037 de duas rodas motrizes.
Em 1985 Henri Toivonen conseguiu finalmente afirmar todo o potencial que lhe havia sido reconhecido. O Lancia Delta S4 de tracção total era um carro à sua medida e os resultados surgiram de imediato. Venceu a última prova do campeonato de 1985 (RAC) e a primeira da de 1986 (Monte Carlo), mas as coisas não correram pelo melhor nem na Suécia nem no Rali de Portugal, onde desistiu na descida da rampa da Pena. Para quem apostava forte no título, a Volta à Córsega era uma prova de tudo ou nada e o finlandês atacou forte e liderava. Chegou a considerar que
"este rali é uma loucura, até agora está tudo a correr bem, mas se há um problema é a morte certa". E foi o que aconteceu no troço "Corte-Taverna": o Lancia saiu da estrada, capotou numa ravina e incendiou-se. Henri Toivonen e Sergio Cresto, o seu navegador, perderam a vida. Depois de mais este acidente a Federação Internacional do Automóvel (FIA) proibiu os carros de Grupo B em 1987.