Guiámos o novo Honda Civic, que já tem preços

BARCELONA foi o palco escolhido pela Honda para apresentar o novo Civic de cinco portas, um modelo totalmente novo, que sucede à versão apresentada em 2011 e modernizada em 2015. Chega a Portugal no final de Março – a carroçaria de três volumes e quatro portas só estará disponível em Abril - e os preços já foram anunciados...

DESIGN. O Honda Civic de cinco portas cresceu em comprimento (4,52 metros) e em largura (1,8 metros), mas é mais baixo (1,43 metros) do que o modelo que substituiu. A carroçaria é uma das mais volumosas do seu segmento. A Honda não foge muito ao estilo que assumiu nos últimos anos, mas o novo Civic tem presença e uma imagem forte. Foi realizado com base numa nova plataforma, onde se destaca a adopção de um eixo traseiro multibraços, e o depósito de combustível que a marca costumava posicionar sob os assentos anteriores surge por baixo dos posteriores, para melhorar a repartição de massas. A Honda reivindica uma rigidez estrutural superior (+52%), o que paga dividendos ao nível do comportamento dinâmico, e menos 16 kg de peso, com influência na redução de consumos e na emissão de poluentes.

MOTORES. Na fase de lançamento em Portugal só vão estar disponíveis dois motores turbo a gasolina. Um 1.0 de três cilindros com 129 cv e um 1.5 de quatro cilindros e 182 cv. Qualquer das opções pode contar com uma caixa manual de seis velocidades ou uma automática de variação contínua CVT. As opções diesel só devem chegar lá para a frente.

HABITÁCULO. No interior, as diferenças até são mais evidentes do que no exterior. Para além do design do tablier totalmente diferente, há que destacar uma evolução importante na qualidade geral dos materiais e uma evolução da posição da condução, já que o banco pode descer mais do que acontecia na versão anterior. Depois, há
mais espaço, mas talvez se esperasse ainda mais de um modelo com 2,67 metros de distância entre-eixos. Mesmo assim, a habitabilidade merece tantos elogios como os 414 litros de capacidade da bagageira e tudo junto vinca o carácter familiar da nova geração Civic.

As propostas de equipamento são muito completas e isso é bom numa proposta que está longe de ter o preço como um grande argumento. Os modelos equipados com o motor 1.0i VTEC Turbo estão disponíveis com quatro níveis (Confort, Elegance, Executive e Executive Premium), enquanto os 1.5i VTEC Turbo assumem um carácter mais desportivo, sublinhado pelos níveis Sport e Sport Plus, para além do Prestige.

Foi dada grande atenção às propostas no campo da segurança, que surgem com o sistema SENSING, que inclui sistemas de alerta de travagem, de ultrapassagem da faixa de rodagem, cruise control activo e até a função de pré-acidente, que em caso de situações de perigo adapta o sistema de travagem e os cintos de segurança para minimizar os efeitos de uma colisão.

AO VOLANTE. Os motores turbo deste novo Civic têm uma resposta mais convincente do que os atmosféricos da geração anterior. A resposta rápida nos regimes intermédios evita o recurso contínuo à caixa de velocidades para manter o regime de rotações elevado. Isto é tão verdade para o bloco de 1.0 litros como para o 1.5, embora a diferença de potência faça toda a diferença. Mesmo assim temos de destacar o bom desempenho do bloco de três cilindros tendo em conta os 1.350 kg deste três volumes.

Em face disto, não deixa de ser interessante notar que, apesar de um andamento rápido com o 1.0i VTEC Turbo, registámos consumos na casa dos 7,0 litros/100 km. Com a mesma postura, mas talvez um pouco mais depressa, porque isso é possível, o 1.5i VTEC turbo gastou cerca de 8,0 litros/100 km. A caixa de condução manual contribuiu para vincar o dinamismo dos novos Civic, mas o novo modelo merecia mais do que uma caixa automática de variação contínua. A CVT pode ser interessante na cidade, mas compromete o dinamismo de condução em estrada, para já não falar nos regimes elevados a que mantém o motor em aceleração com um ruído irritante. Tudo se podia resolver com uma caixa automática de dupla embraiagem...

O comportamento da suspensão merece aplausos. Garante um excelente compromisso em termos de conforto e na resposta às exigências de uma condução mais agressiva, minorando os efeitos de rolamento da carroçaria. Os modelos mais equipados podem contar com uma suspensão adaptativa, que varia de acordo com o tipo de piso e estilo de condução, oferecendo um modo normal e um sport. Custa dinheiro, mas é a solução à medida dos mais apressados, ou não fossem eles uma parte importante dos adeptos deste e de todos os Civic.