O Citroen C4 Cactus foi desenvolvido com o objectivo de ficar a meio caminho entre um familiar e um SUV. O tempo passou e agora surge como o herdeiro do C4, cuja produção está a ser descontinuada. Deixou de lado as pretensões SUV e assume-se como um hatchback.
DESIGN. A maior diferença entre o "velho" Cactus e o novo Cactus passa pela ausência dos "airbumps" laterais, que afirmaram a sua imagem no Salão Automóvel de Genebra de 2014. Já nessa altura houve quem gostasse e outros nem por isso...
O tempo passou e é evidente que a proposta dos designers não foi um sucesso. Veio a ser minimizada no C3 e deixou de ser evidente no SUV C3 Aircross. No novo Cactus está condicionada a uma protecção inferior da carroçaria, útil mas pouco evidente.
Sem a "couraça" lateral o C4 Cactus mostra uma imagem que tem tudo a ver com os hatchbacks e isso é importante num modelo que vai assumir a herança do C4, no catálogo da marca.
A grelha frontal, com dois níveis, onde o superior é a imagem de marca e o inferior responde à necessidade de refrigeração dos motores, tem tudo a ver com a nova linguagem dos designers da Citroen. O mesmo acontece com os grupos ópticos dianteiros e a tecnologia LED, que também chegou aos faróis traseiros.
Já guiámos o novo Citroen C4 Cactus, que chega a Portugal em Abril
A personalização é uma grande aposta. Teve sucesso no C3 e a Citroen quer replicá-la em toda a gama. Por isso, o C4 Cactus anunciou 31 combinações de cores para a carroçaria, que permitem a cada cliente criar uma carro à sua imagem. Esta opção é complementada com cinco propostas de "atmosferas" interiores.
HABITÁCULO. Automóveis "bem dispostos" e diferentes são a nova aposta da Citroen, um construtor que assume a originalidade como uma via e o conforto como uma imagem de marca.
Essa aposta é bem evidente no habitáculo. O conforto é a "palavra de ordem". Já a ouvimos na apresentação do C3, foi repetida no lançamento do C3 Aircross e foi levada à exaustão com este C4 Cactus.
Os franceses subdividem o conforto em quatro níveis, a começar pelo "visual", associado a uma aparência que nos remete para o passado de berlinas como o Xsara ou o Xantia; o "postural", associado às diversas regulações disponíveis; o "acolhimento", que passa pela qualidade dos estofos; e o "dinâmico" ligado à qualidade de vida a bordo, que passa pelo desenho/estofo dos bancos e na forma como são construídos.
É evidente que os bancos são mais confortáveis, ganharam em qualidade e em elegância mas o banco traseiro continua a ser "corrido".
Depois temos uma bagageira que também não se alterou. Pode ser rebatida assimetricamente e passar de 408 litros até 1.183 litros
CHASSIS. Ao assumir o conforto como imagem de marca, a Citroen deu-lhe um nome - "Advanced Comfort" e, se este objectivo começa no conforto e insonorização do habitáculo, também passa pelo chassis.
A Citroen criou suspensões com "Batentes Hidráulicos Progressivos" (PHC), uma patente da marca, que visa filtrar ao máximo todas e quaisquer irregularidades do terreno.
MOTORES. Estão dispostas duas propostas com base no motor PureTech de três cilindros a gasolina, com 110 cv desde 19.007 €) ou 130 cv (a partir de 20.957 €) de potência, para além do diesel 1.6 BlueHDI de 100 cv (desde 22.251 €).
Na fase de lançamento apenas o motor PureTech de 110 cv conta com a caixa automática EAT6 (cerca de 1.600 € com o mesmo nível de equipamento), em vez da robotizada, que estava disponível.
AO VOLANTE. O conforto começa por fazer toda a diferença entre o "velho" Citroen C4 Cactus e o novo Citroen C4 Cactus. Os "batentes hidráulicos progressivos" funcionam na perfeição e absorvem as irregularidades do piso sem que o conforto penalize o comportamento dinâmico, quando se anda um pouco mais depressa, sobretudo com o motor PureTech de 130 cv.
Na apresentação tivemos oportunidade de guiar os dois motores a gasolina e as performances não são muito diferentes. A opção de 110 cv é capaz de chegar aos 188 km/h e necessita de cerca de 10,3 segundos para passar de 0 a 100 km/h, enquanto o mais potente atinge os 207 km/h e chega aos 100 km/h em 9,1 segundos.
Graças a uma boa relação peso potência e as qualidades que reconhecemos ao PureTech no campo da resposta nos regimes intermédios o C4 Cactus é ágil. Os consumos estão ainda mais próximos do que as performances. Registámos valores de 6,1 e 6,4 litros aos 100 km/h com as propostas menos e mais potentes.
PREÇOS
1.2 PureTech 110 cv – desde 19.007 €
1.2 PureTech 130 cv – desde 20.957 €
1.6 BlueHDI 100 cv – desde 22.251 €
A oferta articula-se em torno de três nível de equipamento: Live, Feel e Shine.