Com os novos AMG GLC 63 S a Mercedes acabou com as discussões no que diz respeito à potência no campo dos SUV médios do segmento Premium. Há sempre quem considere que muito não é suficiente e, para esses, a marca de Estugarda foi mais longe do que a proposta dos seis cilindros AMG de 367 cv, com a sua principal estrela: o V8 4.0 biturbo que pode chegar aos 510 cv na versão "S".
DESIGN. Ao utilizarem o mesmo motor V8 4.0 biturbo que equipa os AMG GT, os AMG GLC 63 S ganharam estatuto para poderem ostentar a grelha "Panamericana", com as suas barras verticais, estreada no AMG GTR, um dos maiores desportivos da AMG.
Mas se esta é a diferença mais evidente face aos restantes GLC, elas também passam pelo desenho específico dos pára-choques dianteiros que integram volumosas tomadas de ar para refrigeração, bem como o alargamento das cavas das rodas para permitir a montagem de jantes de 20 polegadas (21" em opção) com pneus 265/45 ZR 20 à frente e 295/40 ZR 20 atrás.
Na traseira, o volumoso pára-choques integra o extractor de ar e quatro escapes com as ponteiras trapezoidais. A diferença do desenho entre o SUV e o Coupé obrigou a AMG a adoptar uma asa traseira sobre a tampa da bagageira com um volume um pouco superior ao habitual, pelo que também ele ajuda a vincar o carácter "musculado" deste modelo.
HABITÁCULO. O habitáculo não foge ao estilo a que a AMG nos habituou. A qualidade de construção e dos materiais, aliada a ergonomia da disposição dos comandos que não estão integrados no ecrã central, é racional e está tudo à mão. O ecrã serve de interface para regulações associadas à condução, mas também à conectividade e ao info-entretenimento. A versão "S" tem um volante de desenho específico, mas qualquer das propostas conta com bancos desportivos de série.
A tracção total permanente 4MATIC+ está sempre presente, o mesmo acontecendo com a caixa automática PREEDSHIFT MCT AMG de nove velocidades.
AO VOLANTE. É certo que a posição de condução é ligeiramente mais elevada do que aquela que se esperaria de um super-desportivo com 510 cv, mas não nos podemos esquecer de que este é um SUV e há quem goste olhar de cima para o que o rodeia...
Mesmo assim, o condutor pode ter as pernas esticadas e, graças a todas as regulações eléctricas do banco e do volante, também pode assumir a posição mais confortável para partir para a acção. E é de acção que se trata quando falamos em propostas que podem ser tão pacíficas ou tão agressivas quanto o condutor quiser.
É ele que pode escolher um de três modos de condução: "Comfort, Sport e Sport +". Mas estas opções podem ir mais longe e ser definidas "por medida" no modo "Individual", porque os parâmetros podem ser personalizados a gosto. Quem optar pela versão "S" tem ainda direito ao modo "Race" com um diferencial electrónico no eixo traseiro, face ao mecânico que equipa a versão de 476 cv. Tudo isto foi pensado para uma utilização em pista, apesar de este ser um SUV.
A opção por cada um dos modos de condução disponível altera automaticamente a rapidez de resposta da direcção electromecânica, bem como a rigidez da suspensão pneumática, que também pode ser gerida individualmente em três níveis (Comfort, Sport e Sport+). É por isso que o modo "Individual" é importante. Podemos optar por uma suspensão mais suave em zonas de mau piso, sem perder todo o potencial desportivo da opção "Sport+".
É esta a vantagem de um super-SUV, que pode ser emotivo ou pacífico. Tudo depende do condutor, que pode optar por passear, num modo "Comfort" com o V8 a ronronar como um gatinho e, logo a seguir, acelerar a fundo, tirando partido dos 700 Nm de binário, para saltar para a frente com o rugido de uma fera enraivecida.
Quem anda muito depressa necessita de grandes travões e, a este nível, sem entrar nas propostas cerâmicas opcionais, a eficácia merece elogios. Parar uma massa de 1.925 kg (SUV) num ritmo mais veloz em estradas secundárias garante toda a confiança a um condutor mais agressivo, e isso é bom...
Estes modelos têm todas as propostas de segurança activa, propostas de serie ou em opção. É possível andar no meio do tráfego urbano, ou em largas extensões de auto.estrada, sem tocar no volante. Mas ainda estamos no mundo da condução semi-autonoma, que já apelidam "auto-pilot" de forma abusiva.
EM CONCLUSÃO. Não temos dúvidas em afirmar que gostámos dos GLC AMG 63 S. Podemos admitir que ninguém tem uma necessidade objectiva de um SUV com 510 cv de potência. Mas, já que ela existe, quem tiver dinheiro para pagar esta extravagância vai ficar bem servido...
FICHA TECNICA E PREÇOS
AMG GLC 63 4 MATIC+ |
SUV |
COUPÉ |
Motor |
V8 biturbo |
|
Cilindrada (cc) |
3.992 |
|
Potência máxima (cv/rpm) |
476/5.500-6.250 |
|
Binário máximo (Nm/rpm) |
650/1.750-4.500 |
|
Velocidade máxima (km/h) |
250 km/h |
|
0 a 100 km/h (s) |
4,0 |
3,8 |
Consumo médio (l/100 km) |
10,3 |
10,7 |
Emissões de CO2 (g/km) |
234 |
244 |
Preço desde (€) |
117.500 |
128.350 |
Mercedes AMG GLC 63 S |
SUV |
COUPÉ |
Motor |
V8 biturbo |
|
Cilindrada (cc) |
3.992 |
|
Potência máxima (cv/rpm) |
510/5.500-6.250 |
|
Binário máximo (Nm/rpm) |
700/1.750-4.500 |
|
Velocidade máxima (km/h) |
250 km/h |
|
0 a 100 km/h (s) |
4,0 |
3,8 |
Consumo médio (l/100 km) |
10,7/10,3 |
10,7 |
Emissões de CO2 (g/km) |
244/234 |
244 |
Preço desde (€) |
117.500 |
128.350 |