BRIGHTON. O novo Jaguar E-Pace chega a Portugal com o "Pai Natal", mas devido à fiscalidade é natural que as primeiras unidades só sejam entregues no início do próximo ano. O tempo passa a correr, mas no "AQUELA MÁQUINA" não gostamos de esperar e fomos a Inglaterra para descobrir todos os segredos de um SUV que, antes de chegar ao mercado, já é detentor de um recorde inscrito no Guinness Book.
marca e os britânicos querem repetir a dose num segmento com um potencial ainda maior. Mas, para concretizar este objectivo, a Jaguar afastou-se do caminho mais fácil e, em vez de declinar o F-Pace em diferentes escalas, como acontece com os alemães, avançou com uma proposta original.
A personalidade do E-Pace é tão inquestionável como os traços familiares evidentes na volumosa grelha anterior (que se tornou numa imagem de marca) do F-Pace ou nos grupos ópticos dianteiros e traseiros, que nos remetem para os desportivos F-Type. Não poderia ser de outra forma, é assim que se constrói uma identidade.
As dimensões são compactas (4,39 metros de comprimento, 1,94 metros de largura e 1,649 metros de altura), mas há uma elegância nas proporções e a carroçaria assume um carácter vincadamente coupé, fazendo a ponte entre o presente e os "good old days" da tradição desportiva da Jaguar. As jantes de 21 polegadas servem para "apimentar" a imagem.
A grande distância entre eixos permitiu criar um habitáculo amplo e este é um grande argumento do E-Pace. Isso é tão evidente nos lugares dianteiros como nos traseiros, onde o espaço é interessante para duas pessoas, mas apenas honesto para três. Não é uma crítica, é uma constatação, porque neste segmento não há grandes alternativas. O banco central é menos confortável e no piso surge o túnel da transmissão. Destaque para os 577 litros de volume de uma bagageira que pode chegar aos 1.234 litros com o rebatimento dos bancos posteriores.
No habitáculo a Jaguar seguiu a identidade que vem afirmando, pelo qualquer dos seus clientes se vai sentir "em casa" ao volante de um E-Pace. Mas há propostas para todos os gostos que passam pelo painel de instrumentos analógico ("à antiga") ou pela modernidade digital com uma correspondência natural no ecrã central de 10 polegadas, um interface para os comandos associados à condução, ao infoentretenimento e à conectividade.
MOTORIZAÇÕES. O E-Pace está disponível com dois motores a gasolina e três opções diesel, todas da família Ingenium. No lado dos gasolina surgem o 2.0 com 249 ou 300 cv de potência, acoplado a uma caixa automática e com tracção total permanente. No campo dos diesel temos o 2.0D de 150, 180 ou 240 cv. Neste caso apenas a versão menos potente está disponível com caixa de velocidades manual e tracção 4x2., talvez a opção mais interessante para o mercado nacional.
AO VOLANTE. Num primeiro contacto com este SUV não podemos esquecer o F-Pace nem o Range Rover Evoque. Eles fazem parte da "família" do E-Pace. Por um lado temos um irmão mais velho e por outro temos um "primo" muito próximo. Importa recordar que o E-Pace é apenas três centímetros maior do que o Evoque, mas 13 centímetros mais curto do que o F-Pace.
A agilidade é tão evidente no meio do tráfego urbano como em estradas sinuosas, onde a suspensão garante o conforto sem permitir o rolamento da carroçaria, permitindo abordar qualquer curva com confiança, sobretudo com a suspensão adaptativa (opcional) que faz milagres.
Este é um SUV à medida da cidade, mas não está refém dela. Está perfeitamente à vontade em longas tiradas rápidas em auto-estrada ou nas mais sinuosas estradas secundárias, e até é capaz de afrontar algumas (pequenas) aventuras fora de estrada. Graças ao "All Surface Progress Control" a electrónica permite progredir em condições de neve/gelo/lama, à velocidade estabelecida: o condutor apenas tem de virar o volante e o E-Pace faz o resto.
Entre Londres e Brighton tivemos um curto contacto com os motores 2.0 diesel de 300 cv e com o 2.0D de 180 cv. Estamos a falar de realidades muito diferentes, mas não temos dúvidas: gostámos mais da opção diesel...
Esperávamos mais pujança do motor 2.0 a gasolina. Fomos influenciados pelos 300 cv anunciados e pelos 400 Nm de binário disponíveis entre as 1.500 e as 4.500 rpm, mas a dinâmica desta opção não impressiona. A Jaguar anuncia 6,4 segundos para passar de 0 a 100 km/h e uma velocidade máxima de 243 km/h. Nós acreditamos, mas 300 cv deviam ser mais "picantes" e, neste caso, a qualidade do chassis poderia absorver mais dinamismo.
Parece uma diferença confrangedora, mas o diesel tem mais "alma" nos baixos regimes (e até nos intermédios) e é isso que faz a agradabilidade de condução. Gostámos muito do seu desempenho e isso acaba por ser bom para o mercado nacional, onde este modelo se afirma como uma opção interessante.
PREÇOS ESTIMADOS
Diesel
2.0 D4 de 150 cv, manual, 4x2 – De 45.258 € a 54.828 €
2.0 D4 de 150 cv, manual, 4x4 – De 50.354 € a 58.913 €
2.0 D4 de 150 cv, automático, 4x4 – De 54.884 € a 71.415 €
2.0 D4 de 180 cv, manual, 4x4 – De 52.506 € a 61.114 €
2.0 D4 de 180 cv, automático, 4x4 – De 57.085 € a 65.808 €
2.0 D4 de 240 cv, automático, 4x4 – De 71.241 € a 82.294 €
Gasolina
2.0 de 250 cv, automático, 4x4 – De 53.640 € a 62.342 €
2.0 de 300 cv, automático, 4x4 – De 65.654 € a 76.754 €
- Os preços variam de acordo com os níveis de equipamento e nem todos os modelos estão disponíveis na fase de lançamento.