Dinheiro chinês relança o recorde… mais louco!

Está de novo sobre carris o ambicioso projecto Bloodhound SSC que aponta para bater o recorde absoluto de velocidade terrestre, em 2018, ultrapassando a inimaginável barreira das 1000 milhas por hora (mais de 1600 km/h, acima da velocidade do som!). A entrada de um novo e, ao que parece, chorudo patrocinador permitiu recuperar os planos iniciais e recuperar o programa previsto de testes que vai ser reiniciado.

Aquele que passa a ser um dos principais "sponsors" e o parceiro automóvel oficial do Bloodhound SSC é nada mais que a Geely, o construtor chinês que é proprietário da Volvo e que, embora sem qualquer revelação oficial, terá assinado um contrato de patrocínio de alguns milhões de euros. O suficiente para que o grandioso e ambicioso projecto possa voltar aos trilhos, para percorrer a pista que está a ser especialmente preparada na África do Sul e onde andará em 2017 e 2018.

O carro – se é que podemos chamar assim a este veículo proporcionado por um jacto da Rolls-Royce e três foguetes Nammo, tendo um V8 Cosworth como motor para alimentar os componentes periféricos… – está já 85% construído, mas o projecto quase tinha parado por falta de financiamento. Um projecto que, saliente-se, tem tido fortíssima componente educativa, envolvendo muitas escolas e universidades do Reino Unido!

O responsável de toda a "aventura" Bloodhound SSC, Richard Noble, disse-se encantado com o envolvimento da Geely, "uma empresa com uma enorme visão que partilha connosco a paixão pela inovação e educação". E confirmou a boa novidade: "Neste momento já temos 70% do nosso orçamento para 2017 e 2017 o que, em oito anos que já levamos deste projecto, nunca sucedeu".

E o que se segue numa tarefa tão árdua como construir um carro para ir a um "território" totalmente desconhecido – rodar em terra acima da velocidade do som! – e em que as forças envolvidas serão descomunais? Primeiro terminar a construção do carro, em que cada peça tem de ser testada, sendo levadas a limites… que são difíceis de atingir em bancos de ensaio. "Vamos demorar nove meses a ter o carro pronto a rodar e iremos ao aeroporto de Newquay em Julho, primeiro para testes simples a ver se tudo funciona e depois para o acelerar até às 200 mph [320 km/h]", explica Noble.

Estando tudo bem, a equipa dirige-se, por fim, para Hakskeen Pan, na África do Sul, onde está a ser preparada a pista para o recorde, num deserto de piso duro e muito liso: uma larga faixa com quase 18 km de extensão… onde estão a ser recolhidas todas as pedrinhas, maioritariamente à mão! Em oito anos, 300 pessoas já recolheram 16 mil toneladas de pedras! "Esperamos estar no local em Setembro para tentarmos atingir as 800 mph [1287 km/h] antes que as chuvas cheguem, em Dezembro". O que já será acima do actual recorde de 1227,7 km/h, estabelecido em 1997, pelo Thrust SSC, tripulado pelo piloto da RAG, Andy Green, que também estará aos comandos do Bloodound SSC!

"Regressaremos de imediato ao Reino Unido para compararmos os dados com as nossas simulações e porque teremos de fazer muitas alterações na traseira do carro para montarmos os foguetes que nos levarão às 1000 mph", explica Noble que garante que, se tudo correr de acordo com o previsto, o Blodhound SSC estará de volta à África do Sul em 2018 para atacar a monumental barreira das 1000 milhas por hora! Graças à entrada da Geely, a caça a um recorde inimaginável regressou… a fundo!