Amnon Shashua, presidente da empresa Mobileye, garantiu que a sua empresa só cortou relações com a Tesla porque achou que a empresa de Elon Musk estava a "forçar os limites" no que ao sistema "Autopilot" diz respeito.
Shashua, que também ocupa o cargo de director técnico da tecnologia na empresa israelita, afirmou que o sistema Autopilot
"não está desenhado para cobrir todas as possibilidades de acidente de forma segura".
"Não importa de que forma se olhe, ele [Autopilot]
não está desenhado para isso. É um sistema de auxílio ao condutor e não um sistema de condução autónoma", acrescentou.
A Tesla, como se esperava, já respondeu, declarando que nunca descreveu o "Autopilot" como uma tecnologia completamente autónoma.
"Desde o lançamento do Autopilot tentámos educar os nossos clientes no que diz respeito às nossas tecnologias, alertando para o facto de continuarem responsáveis por manter as mãos no guiador e ficar em estado de alerta quando usam o Autopilot. Os condutores devem estar preparados para assumir o controlo do veículo a qualquer altura", explicou um porta-voz da Tesla.
Recorde-se que o anúncio da "separação" entre as duas empresas já tinha sido feito em Julho, com a Tesla a afirmar que o motivo estava relacionado com o facto da Mobileye não conseguir manter o ritmo face à mudança dos seus produtos. O CEO da Tesla, Elon Musk (imagem ao lado), afirmou mesmo numa conferência que "era inevitável" as empresas seguirem caminhos diferentes.
Por outro lado, Shashua declarou que a Mobileye tinha algumas reservas acerca das diferentes mensagens da Tesla sobre o Autopilot – ao mesmo tempo que se "gabava" das capacidades autónomas do seu sistema, alertava para os condutores manterem as mãos no volante -, sobretudo depois do
acidente fatal que envolveu um Tesla Model S que circulava com o Autopilot "ligado".
"Se uma empresa com a nossa reputação continuasse associada a este tipo de tentativas de forçar os limites em termos de segurança, isto iria afectar a longo prazo os nossos interesses e os interesses de toda uma indústria", concluiu o presidente da Mobileye.
Actualmente a Mobileye fornece sistemas de detecção de colisão a 27 fabricantes automóveis, o que faz com que esta empresa israelita detenha cerca de 70 por cento de quota de mercado.