O último Citroën C5 europeu saiu da linha de montagem da fábrica de Rennes (na Bretanha), colocando assim ponto final na longa carreira de dez anos desta última geração do modelo que era – desde que o C6 foi descontinuado, em 2012 – o topo de gama da marca do "double chevron". Mas a Citroën deixa antever que a sua história nas grandes berlinas não terminou e que, em 2019, com a designação C5 ou outra, estará de volta com um grande e confortável familiar inspirado no protótipo CXperience.
Com o fim da produção deste C5 não é apenas o fim de mais um modelo… Para os mais nostálgicos das grandes inovações da marca francesa, marca também o termo da famosa suspensão hidropneumática que só a Citroën usava e apenas no C5. Porque é sabido que o seu sucessor já não recorrerá a uma das tecnologias mais emblemáticas da marca e responsável pelos elevados níveis de conforto, adoptando uma suspensão convencional.
Para os padrões actuais do mercado, esta geração do Citroën C5 teve uma vida invulgarmente longa, estando quase dez anos no mercado, pois foi apresentada em Outubro de 2007. Até agora venderam-se cerca de 635 mil unidades, das quais 435 mil na Europa e as restantes na China, onde o C5 é um modelo popular e irá continuar a ser fabricado e vendido, depois de ter recebido um "restyling" em Abril último.
A questão agora é… e depois deste C5? O que consta é que a Citroën já prepara o seu substituto, embora só o tenha previsto para 2019 e com um conceito bastante diferente, inspirado no "concept" CExperience, apresentado no Outono de 2016. Para começar, deixará de ser uma berlina convencional de três volumes para assumir uma forma de dois volumes, com um grande portão traseiro e um óculo traseiro côncavo, como era o do C6.
Utilizará uma evolução da plataforma EMP2 com uma considerável distância entre eixos (é a usada no Citroën Grand C4 Picasso, com 2,84 m), permitindo não só um habitáculo muito espaçoso mas também a montagem de uma mecânica híbrida, esperando-se até duas versões: uma com motor térmico e motor eléctrico à frente e 250 cv; outra que junta ainda um segundo motor eléctrico no eixo traseiro, ficando com 300 cv e tracção integral. Mas também haverá versões convencionais, tanto com motores a gasolina como com propulsores Diesel.
Apesar de não contar com a suspensão hidropneumática, o nível de conforto será particularmente cuidado, pois a Citroën pretende que a sua nova berlina assuma um papel de estatuto, para fazer frente à concorrência germânica. Com a vantagem de a rechear, logo de série, com um equipamento riquíssimo! Portanto, o "velho" Citroën C5 morreu, viva o futuro C5 que a Citroën está já a preparar!