O Museu Enzo Ferrari é muito mais do que a homenagem a um homem ou à marca que ele criou. Também testemunha uma história de vida, que tem pouco a ver com o glamour dos Ferrari actuais.
O museu recuperou as velhas instalações da Officina Meccanica Alfredo Ferrari, onde nasceu.
"Cheguei a 18 [Fevereiro de 1898]
mas naquele mês a neve estava tão alta - contou-me a minha mãe - que apenas dois dias depois pude ser registado", recordou
Enzo Ferrari, admitindo que
"habitávamos na periferia, numa casa modesta, anexa à oficina de serralharia do meu pai. A oficina era um armazém rústico com uma centena de metros com um telhado em chapa ondulada e sem pavimento. A casa tinha quatro quartos num plano elevado e no rés-do-chão o espaço era reservado para comer, para guardar a lenha e as bicicletas e para tantas coisas que naqueles tempos faziam sentido e eram úteis (...)."
Foi por ali que Enzo Ferrari desvendou pela primeira vez os seus sonhos de adolescente:
"Foi num Verão (...) e os mosquitos eram aborrecidos naquela tarde de Agosto e tinha nas mãos um jornal ilustrado de automobilismo, publicado em Turim, que me servia para caça-las. Improvisadamente, Peppino, o grande amigo da minha adolescência, perguntou-me: o que vais fazer quando fores grande?... Em frente de uma fotografia de Raffaele De Palma, que voltara a ser protagonista em Indianápolis, a grande corrida americana. Serei piloto, respondi. Brabo – disse ele – se conseguires, deve ser um excelente emprego."
É no ambiente onde nasceu e cresceu Enzo Ferrari, à sombra do velho edifício da Officina Meccanica Alfredo Ferrari, que nasceu um museu que vive de uma colecção ímpar de modelos e todo o tipo de documentação, mas também de exposições temporárias que o farão viajar no tempo. Enquanto não pode ir a Modena, faça uma
visita virtual na primeira pessoa graças ao Google Street View.