O imbróglio em que a Volkswagen está metida nos Estados Unidos não pára de se adensar e conheceu agora novos desenvolvimentos, com três Estados a colocarem processos em tribunais civis contra a empresa alemã, por violação de leis ambientais. Nova Iorque, Massachussets e Maryland apresentaram as suas queixas em separado e em tribunais estaduais, podendo resultar em novas multas de centenas de milhões de dólares…
Um dos fortes argumentos do processo nova-iorquino é que vários dirigentes de topo do Grupo VW, incluindo o ex-presidente executivo, Martin Winterkorn, e o actual, Matthias Müller, terão encoberto provas relativas ao "software" malicioso usado para enganar os testes às emissões dos motores Diesel dos modelos à venda nos "States". E que oito funcionários do departamento de engenharia terão apagado ou destruído documentos relativos ao chamado "Dieselgate", de que apenas alguns foram recuperados…
De acordo com um comunicado da procuradoria de Nova Iorque, Winterkorn e Christian Klingler, ex-responsável mundial de "marketing" do Grupo VW, sabiam desde a Primavera de 2014
"da existência de dispositivos destinados à manipulação e nada fizeram para impedir a Audi e a VW de enganarem repetidamente as autoridades".
É também reiterado que tanto Winterkorn como Müller sabiam, desde Julho de 2006, que os depósitos de aditivo de ureia (ou AdBlue) eram demasiado pequenos para que cumprissem as emissões de NOx e que a empresa optou por instalar o "software" para os testes em laboratório, em vez de depósitos maiores só para cortar nos custos.
A factura do "Dieselgate" para a VW já vai, de momento, em 13,3 mil milhões de euros só em acordos nos Estados Unidos mas, por este andar, parece que ainda a procissão vai no adro… E tudo para poupar num depósito maior de um aditivo nos 500 mil carros vendidos nos Estados Unidos…