"AQUELA MÁQUINA" esteve no Utah, nos Estados Unidos, para descobrir o
novo Land Rover Discovery. Mas vale a pena regressar a este tema porque estamos a falar de um SUV capaz de fazer a diferença face a qualquer outra proposta no seu segmento de mercado. Este Discovery tem tudo a ver com a tradição de uma marca que tem o todo-o-terreno no ADN e a polivalência como seu grande trunfo....
TRADIÇÃO. Discovery é um nome com passado e passou a ter futuro. Tudo começou em 1989 com a apresentação de um modelo que utilizava um chassis de travessas e longarinas, à antiga. A primeira geração foi "cavalo de batalha" para muitas aventuras, graças ao seu sistema de transmissão mecânico de tracção às quatro rodas. Na época parecia uma fórmula sem grandes alternativas, mas 28 anos e cinco gerações depois, ficam as recordações...
CAMEL TROPHY. O estilo puro e duro dos Land Rover teve o seu apogeu durante o Camel Trophy, uma aventura radical onde o potencial dos veículos exigia um esforço humano equivalente. Progredir em terrenos hostis implicava um conhecimento absoluto das potencialidades oferecidas pelo Discovery e muito esforço para ultrapassar obstáculos, que iam para além do imaginável. Mas esses tempos ficaram para trás e os todo-o-terreno aburguesaram-se.
FUTURO COM PASSADO. Hoje os 4x4 perderam a imagem pura e dura do passado e assumiram um estilo urbano, mais ou menos elegante. A Land Rover não ficou indiferente aos ditames da moda e aderiu aos ventos de mudança. Trocou o chassis de travessas e longarinas e a tracção 4x4 mecânica por uma estrutura monobloco (chassis/carroçaria) com 85% em alumínio (mais leve) e sistemas electrónicos de gestão da tracção e suspensão. Tudo mudou, mas as performances fora-de-estrada não se alteraram.
O sistema de suspensão pneumática melhora não apenas a qualidade de condução em estrada, como proporciona uma maior capacidade fora dela, graças à variação da altura ao solo de acordo com o tipo de utilização.
Os 283 mm de altura ao solo possíveis, em conjunto com um ângulo de ataque de até 34 graus, um ângulo de rampa de 27,5 graus e um ângulo de saída de 30 graus, abrem as portas a uma utilização radical fora de estrada, que contrasta com a imagem do modelo.
A caixa de transferência de duas velocidades permite optar entre relações "altas" e "baixas" para um desempenho ideal em estrada e fora dela. O sistema inteligente proporciona uma distribuição de 50/50 de binário entre as rodas dianteiras e traseiras, mas utiliza uma série de sensores para distribuir o binário entre as rodas em função das condições de aderência.
ALL TERRAIN PROGRESS. O sistema ATPC permite ao condutor programar uma velocidade de gama baixa de 2 km/h a 30 km/h, o que lhe permite ultrapassar os maiores obstáculos de uma forma semi-autónoma, concentrando-se apenas na direcção do veículo, já que a tecnologia controla as funções do motor e a travagem. O sistema também gere as funções do cruise-control para ajustar a velocidade. O sistema ATPC integra uma característica única, o "Arranque de Baixa Tracção", concebida para auxiliar a arrancar suavemente e sem problemas em pisos de aderência reduzida, como relva molhada ou gelo.
TERRAIN RESPONSE 2. O software do Discovery integra um controlo das condições de utilização, que oferece ao condutor a possibilidade de optar pela melhor solução para ultrapassar pisos tão diferentes como relva/gravilha/neve; lama e trilhos; areia; e pedras/marcha lenta.
RIGIDEZ ESTRUTURAL. Tão ou mais impressionante do que o potencial fora-de-estrada do novo Discovery é a rigidez estrutural de uma estrutura monobloco em alumínio. Se dúvidas houvesse, em situações de cruzamento de eixos, comuns em percursos trialeiros, com uma roda dianteira a mais de 80 cm do chão, foi tão fácil abrir as portas laterais como a da bagageira. Era impossível fazer um teste mais elucidativo...