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O guarda-jóias da Porsche

14:00 - 12-08-2016
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Em pleno coração de Zuffenhausen um arrojado edifício, marcante pela modernidade do seu traço arquitectónico, guarda todas as memórias do passado da Porsche.

Orgulhosa da sua história de sucessos comerciais e desportivos, a Porsche decidiu construir um cofre para a preservar e ao mesmo tempo mostrá-la ao mundo. Nasceu assim a ideia de erigir um museu que a marca decidiu que deveria ser diferente e original. Para isso abriu um concurso internacional em que participaram 170 arquitectos de renome.

O vencedor foi o atelier austríaco Delugan Meissl, que projectou um edifício de 100 milhões de euros.

Três pares de pilares em forma de "V" suportam um edifício que parece uma caixa (a caixa de jóias) de 140 metros de comprimento e 5 600 metros quadrados.

Foi inaugurado em 2009. O branco domina o ambiente do vasto lobby ao fundo do qual uma parede vidrada chama a atenção. É como que a montra de uma oficina onde trabalham, diariamente e à vista de todos, mecânicos e engenheiros que restauram automóveis históricos da colecção ou de clientes da Porsche.

Uma longa escada rolante leva os visitantes ao andar superior. Durante a subida é fácil perceber a existência de vários espaços que receberam os arquivos de uma marca que nasceu em 1948 fruto do sonho e do génio de um homem chamado Ferdinand Porsche. Por isso, o passado do engenheiro tem o seu espaço próprio, onde são destacados o seu Lohner-Porsche, o primeiro automóvel híbrido (motor a gasolina e motores eléctricos) surgido em 1900, ou o VW Carocha, para não falar de outros modelos que Ferdinand Porsche projectou antes do eclodir da II Guerra Mundial.

Mas se factos históricos como o 356 Coupé, um modelo equipado com um motor de quatro cilindros com 1048 cc de cilindrada, montado na traseira, que debitava 40 cv de potência e atingia o 140 km/h, que marca o nascimento da Porsche em 1948 tem lugar cativo nos espaços de exposição, o museu está diferente cada vez que o visitamos. Ao longo de galerias e corredores, cerca de 80 modelos ajudam a percorrer a história da marca, mas nunca são os mesmos. A rotação da colecção nunca pára e para alem disso há sempre exposições temporárias.

Este é um modelo dinâmico com um acervo que ultrapassa os 400 veículos. Mas há um espaço que nunca muda: o restaurante "Chistophorus", pensado para os mais exigentes epicuristas. O espaço é moderno e funcional, mas ao mesmo tempo requintado. O seu menu gourmet alia a cozinha mediterrânica com as especialidades regionais, onde se destacam os assados e guisados no forno, e a carta de vinhos é riquíssima aliando colheitas europeias, australianas, da América do Norte e do Sul. Portugal foi um pouco esquecido, já que apenas estão disponíveis vinhos do Porto que podem ser apreciados com deleite na sala de fumo onde é oferecida uma rica colecção de charutos, que, sendo muito orientada para a produção da Davidoff, não esquece algumas preciosidades produzidas em Cuba.
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