O Lamborghini Urus é o próximo desafio da marca de Sant´Agata Bolognese, um modelo que tem um papel fundamental na rentabilidade e no crescimento da marca. Não há grandes segredos ao nível da imagem de um modelo que foi visto e aprovado pela opinião pública em diversões salões, mas as dúvidas que ainda existiam foram agora esclarecidas por Stefano Domenicali, o CEO da marca.
O Urus será produzido em Sant´Agata Bolognese, numa fábrica que terá de aumentar a sua capacidade com uma terceira linha de montagem, que irá funcionar em paralelo com a produção actual de 16,5 Lamborghini/dia: 11 Huracan e 5,5 Aventador, que exige mais tempo porque é produzido de uma forma mais artesanal.
A nova linha deverá estar implantada em Maio.
"Depois será necessário cerca de um ano para poder dar início à produção do Urus", admitiu Stefano Domenicali, sem esconder que o projecto está garantido e perfeitamente definido....
"O Urus terá quatro ou cinco lugares e um motor 4.0 V8 bi-turbo com 600 cv de potência e será integralmente produzido nas instalações da Lamborghini, excepto o motor [o mesmo que equipa o Audi RS6]
, que chegará da Alemanha", acrescentou o italiano, que não esconde que os objectivos do Urus são muito ambiciosos.
"Esperamos produzir 3.500 SUV por ano, tantas unidades como produzimos actualmente do Huracan (ao lado)
e do Aventador", acrescentou Stefano Domenicali, para quem o principal objectivo passa por duplicar as vendas para rivalizar com os seus vizinhos da Ferrari. Mas o futuro é incerto...
"Vai haver alterações radicais na década 2020/2030 e isso obriga a pensar", admitiu o patrão da Lamborghini.
"Temos de estar prontos para produzir veículos diferentes dos super-desportivos actuais. O Aventador irá manter-se porque é um modelo icónico, mas estamos a equacionar o futuro Huracan para 2020/2040. Há muitas ideias, que até podem passar por uma opção do tipo 2+2, mas antes temos de definir que tipo de motores vamos utilizar, porque o condicionalismo das emissões é cada vez mais severo".
Mesmo assim, Setefano Domenicali não esconde que
"a breve trecho não vai haver nenhum Lamborghini eléctrico, tanto mais que os nossos clientes são profundos adeptos das motorizações actuais", o que equivale a dizer que o projecto Asterion (ao lado) vai ficar congelado.
"Estamos muito atentos ao fenómeno da electrificação no mundo automóvel", admitiu.
"Mas não estou convencido que ela seja viável a curto prazo", acrescentou o CEO da Lamborghini.
O mesmo acontece com a cada vez mais falada condução autónoma.
"As tecnologias que contribuem para a condução autónoma podem ajudar a melhorar a facilidade de condução dos super-desportivos, mas um modelo da Lamborghini começa por ser interessante pelo seu conteúdo emocional e não por soluções de condução autónoma", considerou Stefano Domenicali.