Renault Symbioz ganhou vida e já exibe a condução autónoma

Foi um dos "concept cars" mais deslumbrantes do último salão de Frankfurt e, agora, a Renault tornou-o mesmo num protótipo funcional. Se o Symbioz Concept antecipava a visão da marca francesas de um veículo autónomo e totalmente conectado para daqui a algumas décadas, o Symbioz 2 já coloca muito desses sonhos em pleno funcionamento… mesmo que só para exibições pontuais. Porque nem a tecnologia está totalmente pronta para o "largar estrada fora", nem a legislação actual o permite.

Como é normal suceder nos salões, os protótipos presentes são totalmente incapazes de se mover. São, muitas vezes, terminados mesmo em cima da data de subirem ao palco para se tornarem no centro das atenções, mostrando formas futuristas e sendo depois acompanhados por um discurso do lado do "marketing" que explica tudo o que aquele carro antecipa e significa para a marca mas que, no fundo… não está lá. Há até muitos "concepts" (não foi o caso do Symbioz) que se apresentam com vidros muito escuros, escondendo o facto de… nem terem um interior feito. Mas este é o normal "modus operandis" dos salões, em que o importante é chamar a atenção das câmaras.

O Symbioz 1 da Renault não só mostrava já o carro todo, como estava incluído num cenário propositadamente construído, uma casa de arquitectura moderna que parecia desenvolver-se em torno do automóvel. Agora, o Symbyoz 2 já pode… sair de casa! Não sendo bem uma evolução do primeiro "concept" é algo muito mais importante que isso, é a sua versão plenamente funcional, que consegue andar e ser guiado, estando-lhe reservado um aturado trabalho promocional, quer em exibições da marca, quer em encontros com os "media" especializados para demonstração das tecnologias embarcadas.

A Renault manteve a promessa feita no papel, quando da apresentação do primeiro Symbioz e equipou a sua versão rolante com dois motores eléctricos que totalizam, no seu pico máximo de potência, 680 cv e 660 Nm. No entanto, a sua utilização em condições normais deverá ficar-se pelos 490 cv e 550 Nm. De qualquer forma, nas experiências que irá proporcionar, aquelas potências não deverão ser exploradas, pois estes protótipos costumam guiar-se a velocidade moderadas: por serem peças únicas avaliadas em centenas de milhares de euros; e por a sua construção manual não ser perfeita a nível de qualidade e rigidez.

Mas isso pouco importa porque, neste Symbioz 2, o que interessa é conhecer as tecnologias de autonomia e conectividade que a Renault quer colocar no mercado dentro de alguns anos. A marca francesa fala em condução autónoma de nível 4, o que já dá quase liberdade total ao condutor para fazer o que quiser durante a viagem, embora ainda obrigue à existência de volante e pedais – só a de nível 5 os dispensa. Além disso, apresente inúmeros sistemas de entretenimento para os passageiros, mas também para o condutor, incluindo uns óculos de realidade virtual com que consegue ver-se a conduzir o seu carro em mundos paralelos!

Esta grande berlina de ar acolhedor e confortável, pela utilização de materiais naturais e cores claras, dá ainda um sem número de informações sobre a viagem, desde o estado do trânsito, os postos de carregamento e ao estado do tempo no destino, 15 minutos antes da hora de chegada. Conta ainda com televisão e vários "tablets" para o entretenimento a bordo mas, acima de tudo, conta com a paz que oferece numa vigem autónoma em que o convívio tornará as deslocações mais curtas. E agora a Renault passou-o do papel para a realidade com o Symbyoz 2.