A Mercedes apresentou há instantes, em Amesterdão (Holanda), a tão aguardada nova geração do Classe A (a quarta, desde que nasceu em 1997, ainda que tenha passado de um monovolume para um "hatchback" em 2012), que tem chegada prevista ao mercado nacional para o próximo dia 3 de Maio. E antes de mostrar o novo carro fez logo questão de lembrar a quem assistiu ao evento de que se trata de um modelo fundamental para as vendas da marca, dizendo que só em 2017 vendeu mais de 620 mil modelos compactos. É obra!
As novas linhas ajudam a vincar o carácter desportivo, dinâmico e emocional do Classe A, com particular destaque para a dianteira com um "capot" mais baixo, luzes LED mais esguias e vários apontamentos cromados, sem esquecer o pilar dianteiro mais estreito. As semelhanças com o recém-renovado Mercedes CLS são mais do que muitas, sobretudo ao nível dos grupos ópticos. Porém, é a grelha dianteira (que está mais larga) com padrão de diamante que mais salta à vista, já que garante mais presença e agressividade a este Classe A, efeito que também é conseguido pelas maiores cavas das rodas que podem acomodar jantes até às 19.
Olhando para este modelo rapidamente ficamos com a sensação de que está maior. E se muitas vezes isto se trata de uma ilusão apenas provocada pelas equipas de design, desta vez é mesmo real, já que o Classe A está, de facto, mais… crescido. A Mercedes refere um crescimento de 30 mm na distância entre eixos, de 13 cm no comprimento e de 14 mm ao nível da largura, sendo que esta última alteração permitiu dilatar as vias para alcançar uma melhor estabilidade direccional.
Isto permitiu igualmente aumentar o espaço disponível quer no habitáculo quer na bagageira. A capacidade de carga na bagageira cresceu 29 litros e está fixada nos 370 litros, um pouco abaixo dos 380 litros do Audi A3 mas acima dos 360 litros do BMW Série 1. Porém, a Mercedes não só aumentou o espaço disponível como facilitou o acesso através do portão traseiro. A largura para os cotovelos na frente aumentou em 35 mm, ao passo que na 2ª fila de bancos subiu 36 mm. Já a altura para os ombros subiu 9 mm na linha de bancos da frente e 22 mm nos bancos traseiros. A altura para a cabeça cresceu 7 mm à frente e 8 mm atrás.
Mas se o exterior mudou acredite que as diferenças no habitáculo são ainda maiores. A Mercedes até já tinha mostrado imagens do interior, mas só agora apresentou, por completo, os trunfos que este Classe A esconde no seu habitáculo. É notória uma evolução no que aos acabamentos e qualidade dos materiais diz respeito, com a marca de Estugarda a inspirar-se nos seus modelos mais luxuosos, nomeadamente o Classe S.
O look interior só fica completo com as luzes ambiente que podem assumir 64 cores diferentes, com as saídas de ar na forma de uma turbina e com bancos aquecidos e com função de massagens, ainda que estes sejam elementos da (longa) lista de opcionais. As luzes LED, juntamente com o tablier 100 por cento digital, criam a sensação de que estão suspensos à frente do condutor. Mas se o interior do novo Classe A está mais luxuoso e mais "hich tech", também está mais inteligente. É que pela primeira vez terá funções semiautónomas, que se juntam a uma enorme lista de assistentes à condução que, segundo o patrão da Mercedes revelou, está ao nível da do Classe S.
Há, de resto, duas novidades que nem no luxuoso Classe S estão disponíveis: os sensores continuam ligados por mais três minutos depois do carro se desligar (a pensar numa utilização citadina, onde as ruas são estreitas e cheias de automóveis, motociclos e bicicletas) e passa a ser possível, através da "app" Mercedes.me, dar autorização a um familiar para conduzir o carro, sendo que essa pessoa passa a conseguir abrir o carro com esta mesma "app", que se transforma numa chave.
No que a motorizações diz respeito, o Classe A chegará ao nosso país com uma única variante diesel, o A 180 d. Esta versão conta com um bloco 1.5 litros diesel de 116 cv (260 Nm) acoplado a uma caixa automática de sete velocidades. Estarão ainda disponíveis no lançamento dois motores a gasolina. A versão A 250 vem com um novo motor 2.0 litros de 224 cv (350 Nm) acoplada a uma caixa de sete relações e a variante A 200 conta com o novíssimo motor 1.4 litros de 163 cv (250 Nm) que pode ser acoplado a uma caixa manual de seis velocidades ou a uma automática de sete. Este motor faz a sua estreia no Classe A e será usado pela Nissan e pela Renault.
Ainda este ano, em Outubro, estarão disponíveis as variantes A 250 4MATIC de 224 cv (350 Nm), A 220 4MATIC com motor 2.0 litros de 190 cv e caixa 7G-DGT, A 180 com motor 1.4 litros de 136 cv (caixa manual de seis relações) e A 160 com motor 1.4 litros de 109 cv e 180 Nm, também com caixa manual de seis velocidades. Por esta altura deverá aparecer a versão sedan do Classe A (uma estreia) e a variante AMG menos potente, a AMG 35. A mais "hardcore" A 45 AMG só chega em 2019, com a certeza de que terá pelo menos 400 cv. A confirmação já foi feita por Tobias Moers, patrão da Mercedes-AMG.