Esta é a primeira das várias novidades que, a partir desta tarde, começarão a desfilar pelo salão de Detroit, mas é também uma das mais aguardadas: o I.D. Buzz é o segundo exercício da Volkswagen na antecipação do que será a sua futura gama de automóveis eléctricos, depois do
I.D. mostrado em Paris. Como já o tínhamos anunciado, trata-se de uma recriação do famoso "pão-de-forma", mas numa interpretação para a segunda década do Séc. XXI!
Este autêntico "transportador" tira partido da plataforma que a VW criou para os seus veículos eléctricos (MEB) para não só proporcionar um enorme espaço interior, ultra modulável, mas também prestações entusiasmantes e capacidade de condução totalmente autónoma. Não nos esqueçamos de que se trata ainda de um "concept" pelo que, algumas das coisas aqui anunciadas, só serão possíveis daqui a uns bons anos.
É precisamente o caso da condução totalmente autónoma do I.D. Buzz em que, ao toque de um botão, o volante se recolhe no "tablier" ficando o automóvel a controlar todas as operações. Consegue-o graças a um sem número de sensores, de laser, ultra-sons ou radar, além de câmaras laterais e frontal. A VW diz que estas capacidades autónomas deverão chegar ao mercado em 2025.
Interessante é também toda a parte mecânica do I.D. Buzz que dispõe de tracção integral por ter dois motores eléctricos, um em cada eixo. A potência total cifra-se nos… 370 cv, anunciando a marca alemã que este grande monovolume consegue chegar aos 100 km/h em cerca de 5 segundos! A velocidade máxima está electronicamente limitada aos 160 km/h.
A energia para os motores chega de uma enorme bateria que ocupa todo o piso do automóvel, com a capacidade de 111 kWh o que lhe permite uma autonomia de 600 km no ciclo europeu, bastante mais optimista que o americano, em que esse valor anunciado cai para os 430 km… Interessante é o facto de esta bateria poder receber 80% da sua carga em apenas meia hora em postos de recarregamento rápido.
Dado o I.D. Buzz estar concebido sob a plataforma modular MEB, a marca alemã garante que, quando chegar a altura de passar à fase de produção, será fácil fazer uma versão só com tracção traseira – como o Microbus ou "pão-de-forma" original – e… "apenas" 270 cv, usando uma bateria de 83 kWh. O que, refira-se, não está previsto que suceda antes de finais de 2020.
Em termos de estilo, o I.D. Buzz foi buscar muitas das linhas de um anterior "concept" eléctrico que, no fundo, foi o primeiro a anunciar esta nova política eléctrica do construtor alemão, o BUDD-e apresentado há cerca de um ano, em Las Vegas, na feira de electrónica CES. Depois, contudo, houve uma série de detalhes a adaptar a linguagem estilística à que a VW pretende que caracterize a sua família de automóveis eléctricos.
As referências ao Microbus original são incontornáveis, até com a pintura bicolor. Se o original conseguia sentar até nove ocupantes, o I.D. Buzz fica-se pelos oito, sendo que todos podem ser passageiros, a partir do momento em que se active o modo de condução autónoma. Espaço é coisa que não falta, afinal as baterias estão no fundo do carro e a mecânica ocupa tão pouco que quase todo o "volume" do carro é… habitável!
Para um habitáculo acolhedor, o chão do I.D. Buzz é em madeira, além de haver iluminação ambiente com LED’s. Por fim, todo o interior é muito modulável, com os bancos a poderem ser virados, a deslizar ou reclinar, além de haver uma grande mesa central, transformando este interior numa autêntica sala de estar.
Numa altura em que tem sido notícia nos Estados Unidos quase diariamente e não pelos melhores motivos, a Volkswagen vai, esta tarde, dar um "show" de mobilidade limpa em Detroit, com a apresentação pública do I.D. Buzz. Aquele que será o segundo dos trinta modelos eléctricos que a marca quer lançar até 2025.