Ford GT é o anti-Ferrari

O Ford GT começa por ser um grande desportivo, criado como alternativa ao Ferrari 458, algo que não é inédito porque num passado recente surgiram diferendos que ainda hoje são sensíveis para os americanos, que estiveram à beira de comprar a marca de Maranello.

Henri Ford não conseguiu fazer negócio com Enzo Ferrari e vingou-se com o GT 40 que ganhou Le Mans em 1966, quebrando a hegemonia da Ferrari que esteve imbatível entre 1960 e 1965. Foi um sucesso marcante na história da marca de Detroit, mas a Ford não o acautelou como merecia. Basta recordar que nem sequer registou a propriedade do nome GT 40, pelo que em 2005, quando pretendeu recriar este conceito, foi obrigada a chamar-lhe apenas Ford GT. É um detalhe e vale o que vale, porque os americanos tiveram grande sucesso com esse modelo revivalista que se tornou num objecto de colecção. Talvez por isso, ou também por isso, a Ford repetiu a fórmula de sucesso com o novo Ford GT, que já está no mercado.

O novo Ford GT, que deu origem ao modelo que venceu a categoria GTE Pro na última edição das 24 Horas de Le Mans, é um modelo super-exclusivo. Terá uma produção de 250 unidades/ano e a marca de Detroit só garantiu uma produção de dois anos. O preço é tão alucinante como a imagem do coupé: cerca de 500 mil euros (sem opcionais) antes de impostos, o que equivale a dizer que um português, que compre um Ford GT em Portugal, terá de pagar perto de um milhão de euros…

Este Ford entra no território da Ferrari e da Porsche. É um coupé com um motor V6 EcoBoost de 3,5 litros que, graças a dois turbos, pode ultrapassar os 600 cv de potência e conta com uma caixa automática de sete velocidades com dupla embraiagem. A fibra de carbono foi utilizada de forma exaustiva num monobloco que conta com estruturas tubulares em alumínio.