Apesar do brilho do seu "stand" no salão de Detroit, com a apresentação do
"concept" eléctrico I.D. Buzz, do SUV Atlas para o mercado americano e do
novo Tiguan Allspace, a verdade é que as nuvens negras continuam a envolver a imagem da Volswagen nos Estados Unidos. Em especial depois da detenção, pelo FBI, de Oliver Schmidt que liderou o departamento de homologações da marca nos Estados Unidos, entre 2014 e Março de 2015.
Schmidt foi detido na Florida e presente a um tribunal em Miami, envergando já trajes de prisioneiro, acusado de fraude e conspiração por ter deliberadamente escondido das autoridades norte-americanas o "software" usado pela VW para enganar os testes de emissões, entre 2006 e 2015.
Fontes citadas pela agência "Bloomberg" avançam que outros altos dirigentes da VW, baseados na Alemanha, estarão na mira da justiça norte-americana para acusações semelhantes às feitas a Schmidt. E houve quem notasse a falta, numa apresentação de produto tão importante como a realizada em Detroit, do presidente do Grupo VW, Matthias Müller, ligando essa ausência a cautelas com as investigações em curso…
Oliver Schmidt é, concretamente, acusado de ter procurado convencer as autoridades norte-americanas de que a discrepância entre os resultados dos testes de emissões independentes e os valores anunciados pela VW se deviam a falhas técnicas, quando sabia perfeitamente da existência do "software" ilegal usado pela VW… Agora, ficará detido, pelo menos até à primeira audiência, na próxima quinta-feira.
Esta é uma notícia que aparece numa péssima altura para a marca alemã. Não só tenta recuperar algum brilho com uma forte presença no salão de Detroit, como está prestes a chegar a um acordo para colocar um ponto final a todas as acusações civis e criminais relativas ao chamado "Dieselgate" nos Estados Unidos que já lhe custos milhares de milhões de euros…