O que fazer quando nos cruzamos com um veículo a circular em contra mão numa auto-estrada? A resposta está longe de ser simples face a uma das situações mais graves com que um automobilista pode ser confrontado na estrada.
É comum pensar-se que estamos perante um suicida que quer levar o caos e a morte aos seus semelhantes mas é difícil confirmar uma ideia em que, na maioria dos casos, é errada.
Mais do que distúrbios mentais ou do que o consumo de álcool, drogas ou medicamentos, muitas das situações devem-se à interpretação errada que o próprio condutor pode fazer da sinalização quando entra numa auto-estrada.
Muito já se fez para corrigir essas deficiências mas, com alguma regularidade, continuam a suceder casos, alguns com vítimas mortais a lamentar.
Um ‘motard’ esmagado por um carro na Auto-Estrada 2, na zona do Seixal, em Fevereiro, foi uma das situações mais recentes.
Na memória fica também o caos que um camião lançou na Segunda Circular, Lisboa, em Outubro passado, abalroando oito viaturas.
Felizmente, na ocorrência registaram-se apenas três feridos, com dois deles a inspirar mais cuidados.
Um dos casos mais graves, que poderia ter resultado numa tragédia, aconteceu em Julho de 2018.
O fumo que invadiu a Auto-Estrada 12, na zona do Pinhal Novo, devido a um incêndio florestal, obrigou os condutores a pararem por falta de visibilidade.
Contudo, ao verem o aproximar das chamas, vários automobilistas inverteram o sentido da marcha por mote próprio. Felizmente, não se registou qualquer acidente, tendo as autoridades conseguido cortar a circulação minutos depois.
Nestes casos de contramão, em que a surpresa para os condutores é uma certeza, não há uma solução definitiva. A primeira medida a tomar passa, sem dúvida, por alertar as autoridades através do 112.
Se o alerta já tiver sido lançado, é aconselhável que os automobilistas saiam da auto-estrada o mais rápido possível ou que circulem na faixa mais à direita da via até poderem parar em segurança e assinalar a presença da viatura.
Outra das medidas seria as portagens poderem fechar a entrada no troço da auto-estrada onde a ocorrência está a acontecer, com as barreiras que já nelas estão instaladas, ou ser dado o alerta nos painéis informativos.
A verdade é que, embora este problema esteja identificado há muito tempo, está ainda longe de encontrar-se uma solução definitiva.