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Ayrton Senna morreu há 26 anos. Recorde o "mago" brasileiro da Fórmula 1
13:30 - 01-05-2020
Esta sexta-feira, dia 1 de Maio, cumprem-se 26 anos desde a morte do piloto brasileiro Ayrton Senna, num fim de semana 'negro' para o automobilismo mundial e que 'mudou' a forma como Portugal via a Fórmula 1.
O Grande Prémio de São Marino de 1994 marcou para sempre o automobilismo mundial. "Num único fim de semana, perderam-se dois pilotos. Foram dias muito difíceis para todos", recordou, em declarações à Agência Lusa, o português Pedro Lamy, que participou nessa prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 aos comandos de um Lotus-Mugen Honda.
"Aconteceu de tudo. Diversos acidentes em pista, nas boxes. Parece que Deus se pronunciou nesse fim de semana para avisar que era preciso mais cuidado", sublinhou Lamy, acerca daquele que é considerado uns dos fins de semana 'mais negros' da história da F1.
Senna entrou na curva Tamburello e perdeu o controlo do carro devido a uma barra de direcção partida, seguindo a direito, contra um muro de betão. A telemetria mostrou que Senna, ao notar que o carro não virava, ainda conseguiu, nessa fracção de segundo, reduzir a velocidade dos 300 para os 200 km/h.
Percebeu-se de imediato a gravidade da situação, mas pela TV ainda se viu a cabeça de Senna mexer levemente, levando muitas pessoas a achar que ele pudesse estar bem, mas esse movimento foi causado por um profundo dano cerebral.
Senna foi removido do seu carro pelo Professor Sid Watkins, um neurocirurgião de referência, chefe da equipa médica da corrida e um dos nomes que pertencia aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1. Recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado do seu carro, antes de ser transportado de helicóptero para o Hospital Maggiore, em Bolonha, onde acabaria por ser declarado morto algumas horas depois.
Cerca de 25 horas antes do acidente de Senna já tinha morrido o austríaco Roland Ratzenberger, que, aos 31 anos, disputava o seu terceiro grande prémio, quando o seu Simtek-Ford embateu a 315 km/h contra um muro de betão na curva Villeneuve, após perder uma parte da asa dianteira.
Nessa altura, o Professor Sid Watkins ainda terá aconselhado Ayrton Senna a não alinhar na corrida. "Ele ficou silencioso", recordou posteriormente o médico. Depois disse: "Sid, há certas coisas sobre as quais não temos controlo. Não posso desistir, tenho que continuar". "Foram as últimas palavras que me dirigiu", acrescentou Sid Watkins.
Na sexta-feira, na primeira sessão de qualificação, o Jordan-Hart do brasileiro Rubens Barrichello descolou na Variante Baixa, a cerca de 200 km/h, embateu nas redes de proteção e capotou três vezes, deixando o piloto brasileiro inconsciente e impedido de alinhar na corrida, devido aos ferimentos sofridos, entre os quais uma fratura no nariz.
A própria corrida também começou mal, pois, na largada, Pedro Lamy não conseguiu evitar que o seu Lotus-Mugen Honda embatesse violentamente na traseira do Benetton-Ford do finlandês J.J. Lehto, que ficara parado, e a colisão lançou uma roda para as bancadas, o que provocou ferimentos em quatro pessoas.
O acidente do português ditou a entrada em pista do 'safety car', que controlou o ritmo do pelotão até à sexta volta, pelo que Senna realizava a sua primeira volta lançada quando se despistou.
Mais tarde, perto do final da corrida, o drama voltou a acontecer, mas desta vez nas 'boxes': depois de reabastecer e trocar de pneus, o italiano Michelle Alboreto preparava-se para regressar à pista, quando se soltou uma roda do seu Minardi-Ford, num incidente de que resultaram ferimentos em três mecânicos da Ferrari e num da Lotus.
O dramático Grande Prémio de São Marino de 1994 marcou uma viragem histórica na Fórmula 1, pois não só obrigou a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a alterar de forma radical as regras de segurança, como acabou por ser o momento da sucessão entre Ayrton Senna e o alemão Michael Schumacher, vencedor dessa prova.
Pedro Lamy, que na altura tinha 22 anos, lembra um "ambiente muito pesado" nas horas seguintes. "Só tive a confirmação da morte do Senna quando fui ao hospital, no final do dia. Já havia alguns comentários, mas ninguém queria acreditar", revelou o piloto, que correu no Mundial de F1 de 1993 a 1996.
O piloto de Alenquer diz que esse fim de semana e, sobretudo, a morte de Senna "mudou a forma como se via a F1 em Portugal". "Passou a ser diferente. O Ayrton Senna era um piloto diferente, era apelidado de 'Mago'. Tinha uma magia dentro dele, era o melhor. Ele próprio repetia várias vezes que tinha nascido para ser o melhor", lembra Pedro Lamy.
Senna disputou 162 grandes prémios desde a sua estreia na Fórmula 1, em 1984 com um Toleman-Hart, e ainda tem vários registos notáveis: é o quinto piloto com mais vitórias (41, a primeira delas no Estoril) e terceiro com mais 'pole positions' (65).
Ayrton Senna morreu há 26 anos. Recorde o "mago" brasileiro da Fórmula 1
13:30 - 01-05-2020
Esta sexta-feira, dia 1 de Maio, cumprem-se 26 anos desde a morte do piloto brasileiro Ayrton Senna, num fim de semana 'negro' para o automobilismo mundial e que 'mudou' a forma como Portugal via a Fórmula 1.
O Grande Prémio de São Marino de 1994 marcou para sempre o automobilismo mundial. "Num único fim de semana, perderam-se dois pilotos. Foram dias muito difíceis para todos", recordou, em declarações à Agência Lusa, o português Pedro Lamy, que participou nessa prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 aos comandos de um Lotus-Mugen Honda.
"Aconteceu de tudo. Diversos acidentes em pista, nas boxes. Parece que Deus se pronunciou nesse fim de semana para avisar que era preciso mais cuidado", sublinhou Lamy, acerca daquele que é considerado uns dos fins de semana 'mais negros' da história da F1.
Senna entrou na curva Tamburello e perdeu o controlo do carro devido a uma barra de direcção partida, seguindo a direito, contra um muro de betão. A telemetria mostrou que Senna, ao notar que o carro não virava, ainda conseguiu, nessa fracção de segundo, reduzir a velocidade dos 300 para os 200 km/h.
Percebeu-se de imediato a gravidade da situação, mas pela TV ainda se viu a cabeça de Senna mexer levemente, levando muitas pessoas a achar que ele pudesse estar bem, mas esse movimento foi causado por um profundo dano cerebral.
Senna foi removido do seu carro pelo Professor Sid Watkins, um neurocirurgião de referência, chefe da equipa médica da corrida e um dos nomes que pertencia aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1. Recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado do seu carro, antes de ser transportado de helicóptero para o Hospital Maggiore, em Bolonha, onde acabaria por ser declarado morto algumas horas depois.
Cerca de 25 horas antes do acidente de Senna já tinha morrido o austríaco Roland Ratzenberger, que, aos 31 anos, disputava o seu terceiro grande prémio, quando o seu Simtek-Ford embateu a 315 km/h contra um muro de betão na curva Villeneuve, após perder uma parte da asa dianteira.
Nessa altura, o Professor Sid Watkins ainda terá aconselhado Ayrton Senna a não alinhar na corrida. "Ele ficou silencioso", recordou posteriormente o médico. Depois disse: "Sid, há certas coisas sobre as quais não temos controlo. Não posso desistir, tenho que continuar". "Foram as últimas palavras que me dirigiu", acrescentou Sid Watkins.
Na sexta-feira, na primeira sessão de qualificação, o Jordan-Hart do brasileiro Rubens Barrichello descolou na Variante Baixa, a cerca de 200 km/h, embateu nas redes de proteção e capotou três vezes, deixando o piloto brasileiro inconsciente e impedido de alinhar na corrida, devido aos ferimentos sofridos, entre os quais uma fratura no nariz.
A própria corrida também começou mal, pois, na largada, Pedro Lamy não conseguiu evitar que o seu Lotus-Mugen Honda embatesse violentamente na traseira do Benetton-Ford do finlandês J.J. Lehto, que ficara parado, e a colisão lançou uma roda para as bancadas, o que provocou ferimentos em quatro pessoas.
O acidente do português ditou a entrada em pista do 'safety car', que controlou o ritmo do pelotão até à sexta volta, pelo que Senna realizava a sua primeira volta lançada quando se despistou.
Mais tarde, perto do final da corrida, o drama voltou a acontecer, mas desta vez nas 'boxes': depois de reabastecer e trocar de pneus, o italiano Michelle Alboreto preparava-se para regressar à pista, quando se soltou uma roda do seu Minardi-Ford, num incidente de que resultaram ferimentos em três mecânicos da Ferrari e num da Lotus.
O dramático Grande Prémio de São Marino de 1994 marcou uma viragem histórica na Fórmula 1, pois não só obrigou a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a alterar de forma radical as regras de segurança, como acabou por ser o momento da sucessão entre Ayrton Senna e o alemão Michael Schumacher, vencedor dessa prova.
Pedro Lamy, que na altura tinha 22 anos, lembra um "ambiente muito pesado" nas horas seguintes. "Só tive a confirmação da morte do Senna quando fui ao hospital, no final do dia. Já havia alguns comentários, mas ninguém queria acreditar", revelou o piloto, que correu no Mundial de F1 de 1993 a 1996.
O piloto de Alenquer diz que esse fim de semana e, sobretudo, a morte de Senna "mudou a forma como se via a F1 em Portugal". "Passou a ser diferente. O Ayrton Senna era um piloto diferente, era apelidado de 'Mago'. Tinha uma magia dentro dele, era o melhor. Ele próprio repetia várias vezes que tinha nascido para ser o melhor", lembra Pedro Lamy.
Senna disputou 162 grandes prémios desde a sua estreia na Fórmula 1, em 1984 com um Toleman-Hart, e ainda tem vários registos notáveis: é o quinto piloto com mais vitórias (41, a primeira delas no Estoril) e terceiro com mais 'pole positions' (65).
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