Max Verstappen sagrou-se campeão mundial de Fórmula 1 pela primeira vez ao vencer no domingo o Grande Prémio de Abu Dhabi.
O piloto da Red Bull ultrapassou Lewis Hamilton na última volta da corrida que fechou a temporada da categoria rainha do desporto automóvel.
Verstappen gastou 1:30.17,345 horas para cumprir as 58 voltas ao circuito, deixando o segundo classificado, Lewis Hamilton, a 2,256 segundos.
O espanhol Carlos Sainz classificou-se na terceira posição pela Ferrari, a 5,173 segundos do vencedor.
O japonês Yuki Tsunoda, da Alpha Tauri, terminou na quarta posição, a 5,692 segundos, com o colega de equipa Pierre Gasly a ficar em quinto, a 6,531 segundos.
Ao fazer a volta mais rápida da corrida, Max Verstappen terminou o campeonato com 395,5 pontos, mais oito do que Lewis Hamilton, com 387,5.
O finlandês Valtteri Bottas despediu-se da Mercedes com o terceiro lugar do campeonato, com 226 pontos.
O mexicano Sergio Pérez, da Red Bull, terminou a época em quarto, com 190 pontos, e Carlos Sainz quedou-se pela quinta posição, com 164,5.
No Mundial de Construtores, a Mercedes sagrou-se campeã com 613,5 pontos, deixando a Red Bull na segunda posição, com 585,5 e a Ferrari em terceiro, com 323,5 pontos.
A largar da pole position, Verstappen foi suplantado por Hamilton logo no arranque. O piloto da Red Bull ainda tentou responder na curva 5, forçando a entrada no interior, e a atirar o adversário para a escapatória.
Enquanto Verstappen se manteve em pista, Hamilton aproveitou para cortar a curva 6.
Face aos protestos da Red Bull, os comissários consideraram que se tratou de um incidente de corrida, e que Hamilton abrandou para ceder a vantagem conquistada, sem ter de devolver a posição.
A Red Bull fez parar Verstappen na volta 13, para montar pneus duros, enquanto a Mercedes parou Hamilton uma volta mais tarde, mantendo o seu piloto à frente do holandês.
Contudo, Sergio Pérez ainda não tinha parado e conseguiu abrandar Hamilton o suficiente para que Verstappen se recolasse à traseira do Mercedes.
Todavia, o ex-campeão mundial tinha mesmo o melhor ritmo de corrida e rapidamente alargou nova vantagem.
À 36.ª volta, surgiu uma situação de safety car virtual devido a um problema com o Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi.
Encurralado em pista, Hamilton recebeu a indicação da equipa para não parar, sob pena de perder a liderança.
Aproveitou a Red Bull para montar pneus duros novos no carro de Verstappen e tentar um ataque no último terço da corrida.
De facto, o piloto holandês conseguiu recuperar tempo, mas ainda estava a 11 segundos a seis voltas do final; Hamilton tinha o título na mão.
O despiste do canadiano Nicholas Latiffi, da Williams, obrigou à entrada do safety car para retirar o carro da pista.
Novamente, a Red Bull arriscou, fazendo Max Verstappen ir às boxes montar pneus macios para as últimas voltas, enquanto Hamilton se manteve em pista.
A incerteza pairou sob a corrida, mas a direcção de prova, que tinha dado indicação aos carros ultrapassados (que em pista separavam Hamilton de Verstappen) para não recuperarem a volta de atraso, mudou de ideias.
O resultado final foi juntar os dois candidatos ao título, fazendo sair o safety car a uma volta do fim.
Munido de pneus mais eficientes, Vestappen atacou Hamilton logo na curva 5, para aquela que foi a ultrapassagem do campeonato, que lhe deu o primeiro título da carreira.
A FIA recusou os dois protestos apresentados pela Mercedes no final do GP Abu Dhabi, e confirmou os resultados da corrida e o primeiro título mundial de Max Verstappen.
Minutos após ter indeferido o primeiro protesto da Mercedes, os comissários de corrida chamaram os representantes das duas equipas.
A eles comunicaram a decisão final sobre o segundo protesto da escuderia alemã, sobre o procedimento da direcção de corrida nas últimas voltas da prova.
Negado o primeiro protesto da Mercedes, que apontava ao artigo 48.8 dos regulamentos, foi depois analisado o procedimento.
Numa primeira instância foram proibidas ultrapassagens durante o safety car. Após um pedido de esclarecimento de Chris Horner, chefe da Red Bull, foi dado o aval para o holandês ultrapassar os carros que prosseguiam à sua frente.
Lembre-se que osa carros que seguiam à frente de Verstappen já tinham sido dobrados pelo holandês, pelo que não interferiam na luta pelo triunfo em Abu Dhabi.
Max Verstappen estava sem palavras após cortar a meta, depois de ter conquistado o primeiro título mundial de Fórmula 1 da sua carreira.
"Durante toda a corrida continuei a lutar. Não sei o que dizer. É incrível. É insano. Este ano foi incrível. Finalmente um pouco de sorte para mim", frisou o piloto da Red Bull.
Verstappen deixou ainda uma palavra de agradecimento ao companheiro de equipa, o mexicano Sergio Pérez, pelo trabalho realizado ao longo da corrida. "Fez um trabalho incrível e é um grande companheiro de equipa", sublinhou.
O novo campeão mundial exultou também o trabalho da Red Bull, mostrando-se disponível para continuar por largos anos.
"A minha equipa sabe que os adoro e que podemos continuar a fazer isto por mais dez ou 15 anos; não há razões para mudar", disse, já depois de um abraço cordial de Lewis Hamilton.
O britânico deu os parabéns "a Max e à sua equipa" e enalteceu a recuperação feita pela Mercedes na segunda metade do campeonato.
"Fizemos um trabalho incrível este ano. Todo este ano foi o mais difícil. Demos tudo. Esta última parte da época demos tudo, nunca desistimos", destacou.
O piloto britânico, que perdeu a possibilidade de conquistar um inédito oitavo título, disse sentir-se "bem no carro, especialmente nos últimos dois meses", esperando poder responder já em 2022.
"Vamos ver no próximo ano", em que há mudança de regulamentos técnicos, concluiu Hamilton.
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