A Mini, por intermédio da X-Raid, vai atacar o próximo Dakar também com três "buggies", a exemplo do que faz a Peugeot e em contraste com a Toyota que apostará nas Hilux 4x4. A grande novidade é o Mini John Cooper Works Buggy, com três unidades entregues a Miko Hirvonen, Bryce Menzies e Yazeed Al-Rahji, a que se juntarão mais quatro dos habituais Mini John Cooper Works Rally, embora com profundas alterações. Uma frota de sete automóveis para lutar pela vitória na mais dura prova do Mundo que, este ano, arrancará a 6 de Janeiro de Lima (capital do Peru), em direcção a Buenos Aires (Argentina), com passagem por La Paz (Bolívia), onde será o dia de descanso.
Como facilmente se percebe das fotos que publicamos, tem um longuíssimo curso de suspensão para lhe conferir invejável capacidade de transposição de obstáculos ou pisos mais deteriorados. Na apresentação do novo carro com que a Mini quer colocar um ponto final no domínio da Peugeot (que vai fazer o seu último Dakar) estiveram presentes Sebastian Mackensen, vice-presidente da Mini, e Sven Quandt, responsável da equipa X-Raid que se aventurará, pela primeira vez, num carro de duas rodas motrizes.
"Nunca antes tantos engenheiros estiveram envolvidos no desenvolvimento de um carro na X-Raid", revelou um entusiasmado Quandt. "Pelas vantagens da regulamentação, há já algum tempo que pensávamos construir um ‘buggy’". O trabalho iniciou-se em Fevereiro deste ano, com 45 engenheiros envolvidos e um aturado estudo aerodinâmico, em colaboração com o departamento de "design" da Mini. Porque num "buggy" a liberdade da carroçaria é total, mas era necessário que o Mini John Cooper Works Buggy continuasse a ser facilmente identificável como um Mini. O que foi conseguido, mesmo com uns faróis diferentes dos carros de série e a fazer lembrar os do protótipo "Vision Next 100" ou até de um estudo mais longínquo o Mini Monte Carlo Concept de… 1997!
"A velocidade a que podemos guiar sobre estradas irregulares é simplesmente incrível!" dizia Miko Hirvonen, depois da sua primeira experiência com o novo "buggy" da Mini. "A condução face a um 4x4 é diferente, ainda tenho de encontrar os limites. Por exemplo, em troços mais parecidos com os do WRC este carro é menos preciso. Mas é muito leve e tem o maior curso de suspensão que já guiei até hoje! Além disso, fisicamente é menos cansativo de guiar. Por tudo isto, acho que tomámos a decisão certa para o Dakar".
Estes carros também sofreram importantes evoluções que permitirão uma competitividade aumentada, em particular nas especiais mais sinuosas e semelhantes a troços de ralis clássicos. Aí poderão até ter alguma vantagem em relação aos "buggies" tanto da Mini como da Peugeot. Um curso de suspensão que cresceu de 250 para 280 mm e uma dieta que lhe baixou o peso de 1952 para 1850 kg foram as principais melhorias do Mini John Cooper Works Rally.
Para a redução do peso, a estrutura tubular foi revista, foi reduzida a espessura da carroçaria em fibra de carbono e até houve uma revisão geral de todos os parafusos do carro que resultou numa poupança de quatro quilos! "O nosso objectivo é terminar o Dakar no pódio!", diz Sven Quandt. "Se é com o Buggy ou com o Rally, isso não é importante".