Será que o laranja está de volta à McLaren?

O laranja icónico da McLaren foi visto pela primeira vez no McLaren M6A Can-Am em 1967, um ano depois de Bruce McLaren criar a Bruce McLaren Motor Racing, que acabaria por vir a dividir a sua actividade entre a Fórmula 1 e a Can-Am. Mas a equipa de Bruce também deixou marca nas 500 Milhas de Indianápolis, garantindo três conquistas (1972/74/76).

E se na época as cores adoptadas pela maioria das marcas tinham uma ligação ao seu país de origem, Bruce terá adoptado o laranja por ser uma cor que se destacava nas recentes televisões a cores, que apesar de terem sido introduzidas nos EUA na década de 50, só acabariam por se democratizar no mercado na década seguinte.

Mas esta é apenas parte da história. É que a cor só se tornou na assinatura da McLaren por culpa do que Bruce McLaren e Denny Hulme alcançaram nas pistas, primeiro na Can-Am, onde dominaram entre 1967 e 1971, e depois na Formula 1 e Indy. Estes triunfos ajudaram a afirmar o famoso tom "Papaya Orange" como cor oficial da marca e das suas equipas, mas isso viria a acabar na década de 70, quando os patrocinadores começaram a ditar as "regras do jogo".

Primeiro, a McLaren assumiu o vermleho e branco, as cores oficiais da Marlboro, numa ligação que viria a durar cerca de 20 anos. Depois, seguiu-se a West, "obrigando" a nova mudança, desta vez para preto e cinza. Mais tarde, chegou a Vodafone, e mais uma vez a McLaren foi forçada a fazer uma mudança visual, adoptando o prateado e o vermelho.

Depois, quando a ligação com a Mercedes terminou e se juntou a Honda, foi novamente necessário fazer uma actualização, com a equipa fundada por Bruce McLaren a "abraçar" o preto e o vermelho. Mas a verdade é que esta escolha de cores nunca mais voltou a garantir aos bólides da McLaren o destaque que o "Papaya Orange" lhes dava, ou o que o "Rosso Scuderia" continua a fazer com os monolugares da Ferrari.

E se a divisão de supercarros da McLaren e o departamento de GT’s já adoptou o laranja como cor oficial, a equipa de Formula 1 continua sem o fazer. Mas esses dias podem estar a chegar ao fim. Numa altura em que a McLaren não vive tempos felizes na F1, é preciso uma mudança para voltar ao topo do pelotão, fazendo jus à tradição que carregam. É certo que vai ser preciso muito mais do que uma pintura nova para sair do meio do pelotão, mas é um começo… e Bruce McLaren certamente ia gostar.