Tal como muitos outros construtores, as origens da Skoda passam pela produção de bicicletas. No entanto, há a particularidade de tudo ter começado com uma carta que Václav Klement recebeu a 9 de Julho de 1894 e considerou ofensiva.
O checo era um apaixonado por bicicletas e adquiriu um modelo Germania VI ao representante local da Seidel & Naumann, uma empresa alemã, sediada em Dresden. Esta bicicleta tinha defeitos de concepção e teve problemas. Nessa altura já havia garantias e Václav Klement escreveu ao fabricante, requerendo a reparação.
O percurso da carta é nebuloso e não há certezas se ela chegou ao destino. Contudo, Václav Klement insistiu e acabou por receber uma resposta à sua carta escrita em checo, onde se podia ler que
"se espera uma resposta da nossa parte, deverá escrever numa língua que se entenda".
Ferido no seu orgulho, decidiu construir as suas próprias bicicletas, associando-se a Václav Laurin. Foi assim que nasceu a Laurin & Klement, uma empresa que, após cerca de uma década a produzir bicicletas que acabaram por ser motorizadas, deu o passo lógico na época: a fabricação de um automóvel.
Voiturette A. Nasceu assim em 1905 a Voiturette A, que teve vários tipos de carroçaria, vindo a ser um sucesso comercial. Mas o eclodir da Grande Guerra deixou a empresa em dificuldades. No pós Guerra, que alterou o mapa da Europa Central, a Laurin & Klement não foi fácil ultrapassar a crise e em 1925 associou-se à Skoda, um forte grupo industrial que passou a dar o seu nome aos automóveis produzidos até então pela Laurin & Klement. O sector automóvel era de tal forma importante dentro do Grupo que acabou por ser autonomizado e os modelos produzidos em Mladá Bolestav passaram a ostentar um novo logótipo com a palavra Skoda.
Foram os anos de ouro de uma empresa que chegou a produzir sob licença os fantásticos Hispano Suiza, os automóveis mais luxuosos do mercado europeu. Na década de 30, surge um novo logótipo com uma seta e uma espécie de asa que ninguém sabe quem desenhou.
A II Guerra Mundial veio obrigar a fábrica a contribuir para o esforço de guerra nazi e as suas instalações estavam seriamente destruídas no final do conflito, numa altura em que a então Checoslováquia ficou no lado soviético. As regras do centralismo comunista condicionaram o até então vanguardismo tecnológico da empresa. Mesmo assim, a Skoda logrou estar na vanguarda da produção automóvel nos países do Pacto de Varsóvia. Por isso, ainda era uma marca apetecível quando caiu o muro de Berlim, o que justificou a sua compra por parte do Grupo Volkswagen.