Alfredo César Torres (27 de Fevereiro de 1933/30 de Novembro de 1997) é uma personagem incontornável na história do desporto automóvel em Portugal, talvez mesmo a mais marcante. Apaixonado pela competição, notabilizou-se como piloto de ralis (e não só), tendo vencido o campeonato de 1965. Talvez por isso, veio a ser convidado para organizar um rali destinado aos trabalhadores da TAP, uma prova que rapidamente cresceu para se transformar em 1967 no
Rali Internacional TAP.
O rali foi um sucesso e projectou Alfredo César Torres como organizador. Em 1973 o "TAP" integrou o Campeonato da Europa e daí passou para o calendário do Campeonato do Mundo, que então foi criado, chegando a ser considerado o "Melhor Rali do Mundo". Maria Teresa Motta Cardoso, a Teresa Torres, com que se casou em 1966, tem um protagonismo importante nesta história…
Foi director de relações públicas da Ford Lusitana e em 1972 integrou a Comissão Desportiva do Automóvel Clube de Portugal, numa altura em que já integrava a CSI (Comissão Desportiva Internacional, actual FIA). Em 1974 assumiu a presidência do Automóvel Clube de Portugal, num ano em que teve um papel político tão activo como discreto na angariação das assinaturas que levaram à fundação do Partido Popular Democrático (actual PSD).
Em 1984 foi o grande responsável pelo regresso de Portugal ao calendário do Campeonato do Mundo de F1 e em 1986 tornou-se vice-presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), tendo sido reeleito em 1990. Com a profunda reestruturação da FIA, assumiu em 1993 o cargo de presidente-delegado para o desporto, sendo reconduzido no cargo, por aclamação, em 1997.
Alfredo César Torres foi presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril e secretário de Estado do Turismo, tendo recebido várias condecorações e distinções. Faleceu a 30 de Novembro de 1997.