No dia 27 de Julho de 1990 saiu da linha de montagem da Citroën em Mangualde, o último 2 cv. Foi o epílogo de uma história que começou num protótipo criado por André Lefebvre para o Salão Automóvel de Paris de 1939, um certame que nunca se realizou devido ao início da II Guerra Mundial.
Os 250 protótipos que tinham sido construídos, foram destruídos, ou escondidos, da invasão nazi. Foram redesenhados, mas a sua forma original, feita de linhas arredondadas, foi mantida, o mesmo acontecendo com a exigência de ser capaz de
"transportar quatro pessoas e 50 kg de batatas", como estava definido no caderno de encargos inicial.
Equipado com um motor de dois cilindros opostos, refrigerado a ar, com 375 cc e 9 cv de potência (2 cv era a potência fiscal), era capaz de chegar aos 45 km/h, gastando 4,5 litros aos 100 km. Ao longo da sua vida surgiram várias versões que ajudaram a motorizar a Europa.
Entre Outubro de 1948 e 27 de Julho de 1990, altura em que a última unidade deixou a linha de montagem da fábrica da Citroën em Mangualde (perto de Viseu), foram produzidas 5 114 490 unidades do modelo, dos quais 1 246 335 da Fourgonette (carrinha). Para a história ficou o automóvel que foi um ícone da juventude do pós-guerra, uma imagem de liberdade e mobilidade, que ainda hoje – muitas décadas depois – alimenta paixões.