A luta pelo título estava ao rubro, dentro e fora da pista, nas vésperas do GP da Alemanha, que se disputava pela Última vez no velho traçado de 22,8 km de Nordschleife. Por um lado a Ferrari somava três derrotas consecutivas e Niki Lauda não podia perder mais terreno face a James Hunt (McLaren), por outro a maioria dos pilotos contestava a pista alemã, considerando-a demasiado perigosa para as performances dos monolugares da época. A prova chegou a estar em risco depois de uma reunião de pilotos em Long Beach, onde Niki Lauda afirmou que
"Sempre tive medo quando saí de casa para me dirigir ao GP da Alemanha, fiz sempre uma pausa no meu percurso para olhar para trás. Nunca estive seguro de poder voltar a casa". Mas James Hunt recusou o boicote, considerando que
"os pilotos actuais têm o talento necessário para enfrentar pistas difíceis [...] Se quiserem que vá ao fundo das coisas, posso dizer que um piloto tem que escolher se quer fazer o seu trabalho ou desistir".
Na qualificação o britânico foi o mais rápido, batendo o austríaco por nove décimos de segundo. Domingo, a chuva abriu grandes dúvidas quanto à escolha de pneus e a partida foi atrasada. Todos optaram por pneus intermédios à excepção de Jochen Mass (McLaren), mas rapidamente se percebeu que os slicks eram a melhor opção e muito regressaram às boxes para trocar de pneus, deixando Mass no comando.
Niki Lauda regressou à pista em sexto lugar rodando a velocidade moderada, mas na curva de Bergwerk o Ferrari pareceu desequilibrado e fugiu para a direita, batendo no talude antes de voltar para o meio da pista em chamas. Edwards (Hesketh) conseguiu evitar o austríaco, mas Lunger (Surtees) embateu violentamente no Ferrari. Este pilotos, ajudados por Ertl (Hesketh) tentaram retirar Niki Lauda do braseiro. O piloto da Ferrari perdera o capacete, mas estava consciente, mas nem o extintor de um comissário permitiu a aproximação da chamas até que Arturo Merzario (Williams) chegou ao local, enfrentou as chamas e, com o auxílio de Edwards, conseguiu resgatá-lo. Foi um acto de grande coragem do italiano que nunca teve boas relações com o homem que salvou. Esta atitude contrasta com a decisão das autoridades desportivas, que deram uma nova partida para uma corrida onde James Hunt garantiu a vitória.
Niki Lauda foi transportado em estado muito crítico para o hospital de Adenau e posteriormente transferido para a unidade de queimados do hospital de Ludwigshafen, mas o principal problema passava pelos gases tóxicos inalados durante os 50 segundos em que permaneceu sentado no Ferrari a arder. Foi transferido para Mannheim onde foi colocado em semi-coma durante dois dias. O estado começou por ser estável antes de surgir um grave problema respiratório e os médicos chegaram a prevenir Marlene Lauda de que o seu marido não tinha muitas hipóteses de sobreviver. Chegou a ser chamado um padre, mas Lauda não desistiu de lutar e no dia 6 de Agosto o hospital anunciou que estava livre de perigo.
HOJE HÁ 40 ANOS: Acidente de Niki Lauda em Nurburgring