O SL é uma das referências míticas da Mercedes e tudo começou antes da apresentação do primeiro 300 SL de estrada, no dia 6 de Fevereiro de 1954....
No pós-guerra, o renascimento da Mercedes passou pela renovada aposta na competição e no motor W194 – um 3.0 V6 – pensado para recolocar a Mercedes na corrida às vitórias das grandes provas internacionais.
O baptismo desportivo aconteceu nas Mille Miglia de 1952. O bom desempenho levou a marca a apostar na presença nas 24 Horas de Le Mans, onde a Mercedes garantiu os dois primeiros lugares, a que se juntaram os triunfos em Nurburging e na Carrera Panamericana, que permitiram à administração dar luz verde para a produção de um automóvel de série, que hoje é uma das peças mais cobiçadas pelos coleccionadores de todo o mundo.
O 300 SL era diferente e muito inovador, com a estreia da associação entre um chassis tubular e uma carroçaria em alumínio. Foi pensado para a competição e isso exigiu a maximização da rigidez estrutural, o que condicionou o espaço necessário para as portas. A solução passou por criar um acesso com as famosas "gull-wings" (asas de gaivota), que fizeram escola nos anais do design e ofuscaram o excelente motor 3.0 litros com um veio de excêntricos à cabeça, que accionava duas válvulas por cilindro, sendo o primeiro a apostar na injecção, em vez dos carburadores tradicionais. Debitava 215 cv, e podia chegar aos 260 km/h.
Em 1957, quando surgiu a versão roadster, o SL pode ter ganho em elegância, mas perdeu na originalidade. Contudo, continuou a ser uma referência, que lhe permitiu perdurar no catálogo da Mercedes. Desde o final dos anos 50 do século passado até hoje, a marca alemã utilizou o nome SL para modelos que continuam a manter viva a tradição...