A carrinha Opel Astra Tourer é muito mais do que uma variante ao modelo de cinco portas que foi eleito Carro do Ano em Portugal e na Europa e com o qual partilha a plataforma e os órgãos mecânicos.
Em termos de design é fácil perceber que esta Tourer faz parte da família Astra, mas mede 4,70 metros, o que equivale a dizer que é 33 cm mais comprida do que a versão de cinco portas e maior que alguns dos seus principais concorrentes como as carrinhas Peugeot 308, SEAT Leon e Toyota Auris, ao mesmo tempo que tem dimensões próximas de modelos do segmento superior como o Audi A4 Avant.
HABITÁCULO. Os 2,6 metros de distância entre eixos não se alteraram, o que equivale a dizer que não diferenças sensíveis no habitáculo. Esta é uma nova versão e não um novo modelo, e a Opel assume a sua imagem de marca. Gostamos do aspecto, que é simultaneamente sóbrio e elegante e marca uma evolução no campo da qualidade de construção e dos materiais face a um passado ainda recente. Várias funções associadas à utilização do veículo estão agrupadas no ecrã central, o que permitiu reduzir o número de botões de comando. É um sinal dos tempos... A conectividade passa pelo ItelliLink, adaptado ao Apple Car play e Android e, se não é uma novidade, é uma mais-valia. O Astra de cinco portas já foi aplaudido pelo espaço interior, mesmo para os ocupantes dos bancos traseiros e a Tourer é ainda mais espaçosa, sobretudo ao nível da altura disponível.
BAGAGEIRA. A volumetria da carroçaria paga dividendos ao nível do volume do porta-bagagens. Face aos 370 litros da versão de cinco portas, que já são um bom exemplo no segmento, a carrinha garante 540 litros, o que, graças ao rebatimento assimétrico dos bancos traseiros, permite chegar aos 1630 litros.
BITURBO. A maior novidade passa pelo motor 1.6 diesel CDTI, um biturbo de injecção directa que debita 160 cv e garante 350 Nm de binário entre as 1 500 e as 2 250 rpm, que ainda não chegou a mercado. Para já está disponível o 1.6 CDTI turbo com versões de 136 cv e 110 cv desde 25 850 euros.
Ao volante do 1.6 Biturbo CDTI de 160 cv, esta carrinha mostra toda a sua agilidade. Os dois turbos são fundamentais para o desempenho: o mais pequeno assegura a potência necessária a baixo regime, o grande garante todo o poder a alta rotação. É uma garantia de elasticidade, num modelo que oferece um excelente compromisso entre o conforto e a estabilidade direccional.
Mesmo quando se adopta um ritmo mais acelerado em estradas sinuosas com constantes mudanças de eixo de apoio, o controlo de estabilidade recorre aos travões para maximizar a aderência de cada roda sem que o condutor se aperceba, evitando o escorregamento das rodas anteriores (subviragem) quando se abordam curvas apertadas com demasiado optimismo.
Este modelo só chega ao mercado lá mais para o Verão, mas se os chefes de família mais apressados vão ter de esperar, os mais calmos têm duas opções que oferecem um bom compromisso entre o preço e o conforto.
Na base da oferta diesel temos o 1.4 CDTI de 110 cv. Não é um sprinter, mas é honesto com uma resposta interessante a baixo regime, o que é importante para uma condução no meio do tráfego urbano. Em estrada, alguma desta dinâmica perde-se com uma caixa de seis velocidades com relações algo longas, mas ajudam a garantir consumos notáveis. Realizámos médias na casa dos 5 litros/100 km e isso é bom numa carrinha com estas dimensões.
O consumo e o conforto são trunfos do 1.4 CDTI de 100 cv, mas a opção 1.0 com o motor de 3 cilindros a gasolina de 105 cv e um preço a partir dos 21 800 euros é uma excelente opção para quem necessita de espaço e não faz muitos quilómetros. Vale a pena fazer as contas...