Os especialistas do ramo colocam-no como um dos principais rivais da Tesla mas, francamente, são todas as marcas premium com "eléctricos" no portefólio que devem temer o novo Xpeng P7 Performance.
Potência, autonomia e preço são os trunfos desta berlina com toques futuristas quanto bastem por fora, enquanto a bordo é o conforto e a tecnologia a terem a primazia num ambiente minimalista.
Para quem não gosta de chamar a atenção na estrada, esta proposta não é, em definitivo, a melhor "escolha": "chinesices", dirão os mais críticos, mas a verdade é que ninguém lhe fica indiferente.
Alternativa à Tesla
Com os seus 4,89 metros de comprimento, o P7 Performance assume-se como um coupé de quatro portas imponente na estrada mas com linhas suaves.
Um coeficiente aerodinâmico pouco acima de Cx 0,23 faz dele um dos melhores da sua categoria para cortar o ar e equilibrar a autonomia.
Uma rápida vista de olhos ao interior antes de subir-se a bordo releva um habitáculo muito limpo e espaçoso, pensado para o conforto absoluto.
Os materiais de alta qualidade e os acabamentos refinados exibem a ambição da Xpeng em competir com as marcas premium eléctricas.
Uma certeza é, com os três metros a separar ambos os eixos, ninguém se sentirá apertado à frente ou atrás mas é o tamanho da bagageira quem mais sofre, resumido que está aos 440 litros de capacidade.
E, como é já vulgar na concorrência, o posto de condução é dominado pelo painel de instrumentação e pelo enorme ecrã multimédia de 15 polegadas; é neste ponto que mais se assemelha a um Tesla.
Boa surpresa é a facilidade com que se acede aos dados necessários à condução: os menus são simples e muito claros, uma bênção num carro onde os botões físicos são inexistentes na consola central.
Para não interferir com a condução, basta dizer Hey Xpeng, acompanhado do respectivo pedido, para aceder a dados como o consumo e a autonomia, sem esquecer os apoios ao condutor.
Pronto a devorar quilómetros
E como é que se portam os 473 cavalos debitados pelos dois propulsores deste P7 Performance passados às quatro rodas? Duma forma fantástica para fugir ao trânsito ao mínimo toque no acelerador.
Mesmo com um peso de 2.140 quilos em vazio, a travagem dada pelos travões Brembo é potente e duradoura, para sempre numa condução mais tranquila do que desportiva.
O amortecimento é suave quanto baste, mesmo em pisos mais degradados, e os movimentos laterais estão bem controlados.
Uma sensação que quase passa despercebida no meio do tráfego urbano, onde não dá para apreciar-se as qualidades dinâmicas desta berlina.
A aboná-lo na cidade está a facilidade com que se deixa conduzir a baixa velocidade com o modo X-Pedal activado, e pela boa recuperação de energia de energia nas desacelerações.
Venenoso quanto baste
Como gran tourer que é, as grandes viagens em auto-estrada são o cenário ideal para atentar como este P7 Performance está concebido para devorar quilómetros.
E se se escolher o modo Sport para ter de imediato toda a potência disponível, é então que se percebe como pode ser tão venenoso como um desportivo cheio de raça.
Bastam 4,1 segundos para cumprir a "corrida" dos zero aos 100 km/hora, para uma velocidade de ponta de 200 km/hora, mas sempre com a aceleração controlada graças aos bons apoios dados ao condutor.
Claro que ir "prego a fundo" tem os seus inconvenientes, com a autonomia a reduzir-se a olhos vistos; mesmo assim, é possível conseguir consumos abaixo dos 20 kWh/100 km numa condução moderada.
Com 505 quilómetros de autonomia máxima teórica, tal significa acima de 350 quilómetros em auto-estrada graças à bateria de 86,2 kwh brutos, recarregável em 28 minutos num posto rápido a 175 kW DC.
Condução sob controlo
Os assistentes à condução bem evoluídos estão contidos no X-Pilot, essencial para simplificar as manobras na estrada mas, principalmente, na cidade.
O sistema tira proveito de cinco radares, 12 sensores e quatro câmaras a 360 graus para uma condução mais segura e tranquila.
O Xpeng P7 é uma verdadeira caixinha de boas surpresas para quem gosta de um "eléctrico" eficiente e dinâmico com acelerações próprias dum super desportivo.
Bem construído, confortável e com tecnologias evoluídas, é uma verdadeira alternativa às marcas premium, a começar pelo preço.
A entrada na gama faz-se a partir dos 55 mil euros mas o P7 Performance ensaiado começa nos 63 mil euros, um valor bem abaixo do que a concorrência (não chinesa) tem para oferecer.
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