Já lá vão mais de quatro anos desde que o último Honda Civic Type R chegou à estrada para apaixonar os adeptos de carros especiais de alto desempenho.
Mantém-se como um dos desportivos com mais raça na estrada, e pequenos retoques exteriores deram-lhe ainda mais vida.
Agora que a nova geração está quase a ser revelada em toda a sua glória, é tempo de despedirmo-nos dele e prepararmo-nos para o seu substituto.
O visual agressivo e profundamente estilizado continua a ser uma das imagens de marca do Type R. A carroçaria parece que foi cortada a bisturi por um artista plástico, a realçar as enormes entradas de ar, e os apêndices frontais e laterais.
Há uma razão para que assim suceda: tudo se concentra na eficiência aerodinâmica do desportivo, e no arrefecimento dos órgãos vitais quando o levamos ao extremo.
E a estética nem sequer fica comprometida… se me esquecer, por dois segundos, da enorme e distinta asa traseira que parece saída de um caça F-16.
Ao descender do Civic familiar, não surpreende que mantenha uma bagageira decente e espaço para duas pessoas atrás, apesar dos apêndices aerodinâmicos.
O coração do Type R é marcado pelo bloco turbo de 2.0 litros e quatro cilindros, com os seus 320 cv de potência a serem debitados às 6.500 rotações por minuto.
O binário máximo de 400 Nm é dado entre as 2.500 e 4.500 rpm, para assegurar arranques e recuperações quase do outro mundo.
Este formidável motor perpetua a tradição mecânica da Honda com uma flexibilidade invulgar face aos seus principais concorrentes.
E, a ajudar a sua dinâmica está uma caixa manual de seis relações suave e precisa que é um verdadeiro prazer mexer, muito à custa do punho mais longo e do contrapeso.
Ao volante, sou surpreendido pela excelente qualidade dos materiais. O visual interior até acaba por ser algo discreto mas é de muito bom gosto.
Os bancos são muito envolventes e com um apoio lateral excelente: nada mexe, mesmo em curvas mais apertadas, e a posição de condução é perfeita para concentrar-me na estrada.
O volante em Alcantara do Type R é muito agradável de agarrar e, embora não seja escorregadio, calçar umas boas luvas de pele dão-me um controlo ainda mais efectivo.
A direcção é leve e precisa, e os sistemas de apoio ao condutor tornam este Type R muito fácil de conduzir em qualquer ritmo.
E, a apoiar todo este equilíbrio, estão uns pneus de baixo perfil 245/30 a calçarem as jantes em liga leve de 20 polegadas.
Na cidade, aprecio a harmonia perfeita entre a caixa manual e o motor turbo muito dinâmico. Em estrada aberta, as acelerações são imediatas e o barulho do triplo escape é emocionante.
O gozo é tão grande que só me apetece reduzir a velocidade, para logo dar uma valente aceleradela e engrenar uma relação mais alta.
Tem apenas três modos de condução Comfort, Sport e +R, mas aumenta as suas capacidades graças às configurações personalizáveis.
O modo Comfort não tem nada a ver com a experiência de condução dinâmica que se quer num Type R mas permite-me "sobreviver" aos troços de estrada desgastados pelo tempo.
Quanto ao modo +R, anula o rolamento aconchegante em favor de uma condução mais reactiva, e, sem surpresa, o modo Sport continua a ser o mais popular para um uso diário.
A suspensão é robusta e eficaz na maneira como ataco as curvas, para o qual contribui a maior rigidez do chassis.
E a travá-lo estão novos discos à frente com 350 mm de diâmetro, "agarrados" por pinças Brembo de quatro pistões pintadas a vermelho.
Os consumos são a menor das preocupações para quem quer ter nas mãos um desportivo deste calibre.
Mesmo assim, não é muito difícil manter um consumo combinado entre os dez e os 12 litros por cada 100 quilómetros; há desportivos que gastam mais com menos potência!
A Honda tem vários desportivos na sua linhagem, e o Civic Type R é um dos que mais se realça nesse universo.
Proposto a partir dos 52.190 euros em campanha, é o preço a pagar por um dos carros com mais adrenalina e divertidos de guiar do momento.
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