Lançado no início do ano passado nas versões a gasolina e bifuel, o Dacia Jogger reforça a gama ao estrear uma versão 100% híbrida.
Baptizada como Hybrid 140, tem na poupança de combustível e na qualidade de condução os principais argumentos.
A redução de consumos pode chegar aos 40% em condução urbana quando comparado com o seu equivalente equipara com um motor térmico.
A Costa da Caparica, na margem sul de Lisboa, foi o espaço escolhido para a apresentação internacional do primeiro híbrido da Dacia.
A Jogger Hybrid 140 alberga a mecânica E-Tech presente nos Renault Clio, Captur e Arkana, tornando-se o modelo mais poderoso da gama.
Para o nosso país apenas é proposta a versão SL Extreme de sete lugares, mas são muitos os argumentos positivos para o híbrido mais barato do mercado.
Com 4,55 metros de comprimento, não há nada que a distinga das suas "irmãs", para além da discreta placa Hybrid na porta da bagageira.
Por dentro, tudo se mantém quase igual, excepto a presença da alavanca da caixa de velocidades automática e de um novo painel de instrumentação.
Agora totalmente digital, exibe os fluxos de energia e a autonomia, bem como algumas informações mais tradicionais como a pressão dos pneus.
Espaço a bordo é o que não falta, muito à conta da instalação da bateria de 1,2 kWh sob a bagageira, no lugar que antes pertencia à roda sobresselente.
Se com os sete lugares, o porta-bagagens chega apenas aos 160 litros, essa capacidade chega aos 595 litros sem os bancos da terceira fila.
Estão mais adaptados para duas crianças do que para dois adultos, mas têm a vantagem de poderem ser facilmente removidos e guardados num saco próprio.
Aprecia-se no habitáculo os espaços amplos para arrumar pequenos objectos, com a única reclamação para o banco do condutor não ser regulável em altura.
As qualidades desta Dacia Jogger Hybrid 140 foram sentidas ao volante num circuito que incluiu vias rápidas e percursos mais encurvados na serra de Sintra.
Sob teste esteve a aliança entre o bloco atmosférico de 1.6 litros com 90 cv e 144 Nm e os dois motores eléctricos apoiados por uma bateria de 1,2 kWh.
O primeiro, com 50 cv e 205 Nm, dá o impulso suplementar para agregar uma potência total de 140 cv.
O segundo, de 20 cv e 50 Nm, sincroniza a unidade a gasolina com a caixa automática de velocidades.
O arranque não poderia ser mais simples: é sempre feito em modo eléctrico, com a bateria a regenerar a energia nas desacelerações e nas travagens.
O motor térmico também tem um papel importante neste carregamento ao funcionar como gerador parado na cidade ou em movimento na estrada.
Para além de poder optar-se pela opção Eco na condução, a caixa automática de velocidades tem ainda o modo B para reforçar a travagem do motor até mais 70%.
Quase que permite a condução one pedal na cidade, embora o carro não se imobilize por completo nesta opção.
Se não se calcar com demasiada força o pedal do acelerador, é possível circular em modo 100% eléctrico até aos 70 km/hora.
Os despertares do motor a combustão, obviamente, são mais frequentes fora das áreas urbanas, interrompendo o silêncio que se faz sentir a bordo.
Não é que a mecânica seja demasiado barulhenta, muito à conta da insonorização razoável do habitáculo.
Todavia, não há milagres a velocidades mais elevadas e em esforço: então, sim, os barulhos do vento e do motor fazem-se sentir com algum incómodo bem antes dos 100 km/hora.
Felizmente, e sem vibrações a temer, as transições entre os modos eléctrico e híbrido são fluidas, com a transmissão automática quase a ser "esquecida".
Os 1.460 quilos que a Jogger Hybrid 140 pesa em vazio tem alguns inconvenientes em estradas mais sinuosas.
Mesmo que a suspensão seja um pouco mais rígida, é inegável a maneira como balança nas curvas.
Nada que surpreenda face ao tamanho da carrinha, que está bem longe de permitir uma condução mais dinâmica.
As acelerações até aos 100 km/hora batem nos dez segundos, com a velocidade máxima a nem chegar aos 170 km/hora.
Uma condução mais responsável e sem pressas permitem tirar todos os trunfos desta proposta.
À velocidade máxima permitida em auto-estrada, os consumos passam os 5,5 litros por cada centena de quilómetros, mas não é fácil lá chegar.
Num percurso misto em estrada nacional, conseguem-se médias em redor dos 4,8 litros, que até podem chegar aos 4,3 litros numa condução mais ecológica.
Se o custo adicional face às versões térmicas pode parecer exagerado, é preciso reconhecer que este Jogger Hybrid 140 é o híbrido mais barato do mercado.
Com um preço de partida de 28.800 euros para a única versão SL Extreme, mantém todas as características que fazem a gama automóvel da Dacia.
Bom espaço a bordo para sete pessoas com um nível razoável de conforto e uma bagageira de grande capacidade.
A mecânica híbrida é sóbria e suave de usar a baixa velocidade, graças às muitas fases de condução eléctrica.
Único senão é mesmo quando o barulho do motor térmico se sobrepõe nas acelerações, principalmente nas ultrapassagens.
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