BMW X5 30d: o ensaio de um SUV que não perde apelo...

O tempo passa a correr e já lá vão cerca de 20 anos desde que a BMW apostou no mundo dos SUV, apostando na designação SAV (Sport Activity Vehicle), quem ninguém absorveu. Os nomes não interessam, mas o sucesso fala por si e já vai na quarta geração.

DESIGN. A imagem do X5 é uma evidência da evolução na continuidade que acompanhou sempre a imagem da marca bávara. Isso é evidente numa grelha dianteira mais volumosa – sem chegar ao exagero do X7 que está a caminho –, no desenho do spoiler dianteiro, nos detalhes aerodinâmicos (ou estéticos) do perfil e sobretudo nos grupos ópticos, que hoje são assumidos como uma assinatura de cada construtor.

A volumetria da carroçaria cresceu ao longo dos anos e chegou aos 4,92 metros de comprimento e a mais de dois metros de largura, num modelo que tem propostas de cinco ou sete lugares, apesar do espaço nos dois assentos posteriores ser reduzido.

HABITÁCULO. O aumento da distância entre-eixos (+ 4,2 cm) face ao modelo anterior não é evidente na habitabilidade. Mas isto não é uma crítica. Há tanto espaço à frente como o que está disponível na berlina Serie 5, e na traseira a situação é semelhante.

Os bancos posteriores estão elevados para garantir uma boa visibilidade. Mas o assento central é mais duro e o encosto desconfortável devido à presença do apoio central de braços amovível. Mas esta é uma tendência do segmento. Os construtores falam de cinco lugares, mas seria mais lógico dizer 4+1. 

O ambiente tem tudo a ver com o que encontramos no Serie 5 ou até com o Serie 8. A qualidade e requinte estão presentes em todas as propostas e vão até onde o cliente quiser pagar. As opções são inúmeras no tipo da pele, na quantidade das superfícies acolchoadas, para já não falar em forros e acabamentos. Tudo tem preço: um isqueiro e um "copo-cinzeiro" custa 49 euros... 

A bagageira oferece 650 litros de volume, passível de ser dilatada (na opção de cinco lugares) com o rebatimento dos bancos posteriores (40:20:40), podendo chegar aos 1.870 litros. Na versão de sete lugares tudo é diferente: vai dos 274 litros com sete lugares, 575 litros com dois e 1.795 com apenas dois lugares.

MOTOR. Esqueçam as vozes agoirentas que anunciam a morte dos diesel: o motor 30d de seis cilindros em linha da BMW responde a todas as normas que condicionam as emissões e tem argumentos de peso. Os 265 cv de potência podem não impressionar quando há propostas como o 40i a gasolina com 340 cv ou o M50d de 400 cv, mas merecem aplausos graças ao "trabalho de equipa" com a caixa automática Steptronic, que evita qualquer perda de rotação.

AO VOLANTE.  Na cidade, o X5 30d é grande e isso é um problema na altura de estacionar, mas é ágil na resposta do pára-arranca urbano, graças à resposta do motor a baixo regime, potenciado pela caixa automática.  A estrada acaba por ser o habitat natural de um SUV que tem as características de um grande rolador e que mostra conforto de um habitáculo bem insonorizado.

Nas estradas secundárias, o eixo direccional traseiro permite que a incidência das rodas posteriores variem em sentido inversos às dianteiras, na inserção em curva, potencia a estabilidade direccional.  

A suspensão de molas helicoidais pode ter regulação desportiva, com amortecedores de dureza variável ou molas pneumáticas (1.057 €), o que permite alterar a altura ao solo de forma automática ou de acordo com a opção do condutor, abrindo as portas a algumas aventuras fora de estrada, onde (sem arriscar) ficámos surpreendidos pelo desempenho do X5 30d. 

FICHA TÉCNICA

Motor : 30d-6 cilindros  
Cilindrada: 2.993 cc
Potência máxima: 265 cv/4.000 rpm
Binário máximo: 620 Nm/2.000-2.500 rpm
Velocidade máxima: 230 km/h
0 a 100 km/h: 6,5 s
Consumo médio: 6,0 l/100 km
Emissões de CO2: 158 g/km

Preço versão ensaiada: 127.670 € (26.602 €) de equipamento

+ TRADIÇÃO. É um valor seguro para quem gosta da moda SUV e procura um modelo Premium 

- FISCALIDADE. Paga Classe 2 nas portagens apenas porque é um 4x4. Não faz sentido!