
















Sabia que a Toyota tem um carro eléctrico movido a hidrogénio desde 2014? Com um desenho e uma mecânica algo experimentais, mesmo assim o Mirai de primeira geração vendeu mais de 11 mil unidades um pouco por todo o mundo.
Pois o Mirai de segunda geração, que esta quarta-feira foi apresentado em Cascais, confirma a marca japonesa como líder na tecnologia fuel cell, apontando a um maior volume de vendas.
E o Aquela Máquina já se sentou ao volante da berlina que já está para venda no nosso país, para tirar as primeiras impressões de condução em estrada.
A célula de combustível é o meio pelo qual, através da electrólise inversa, o hidrogénio é combinado com o oxigénio para gerar electricidade e vapor de água.
A electricidade gerada é usada para fazer funcionar o motor, e é também armazenada na bateria para ser usada em situações específicas.
Na verdade, os 182 cv e 300 Nm passados às rodas traseiras são conseguidos pela combinação da energia da célula de combustível para alimentar o motor eléctrico de 174 cv e da bateria de 1,2 kWh (34,6 cv).
Em velocidade de ponta, chega aos 175 km/hora, acelerando em nove segundos dos zero aos 100 km/hora, valores perfeitamente aceitáveis para os 1.975 quilos que pesa.
Com uma capacidade para 5,6 quilos (142,2 litros) de "combustível", consegue oferecer uma autonomia até 650 quilómetros entre carregamentos.
O consumo homologado pelo ciclo WLTP é de 0,79 kg/100 km com as jantes de 19 polegadas, ou de 0,89 kg/100 km con as de 20 polegadas.
Vantagem em relação aos carros puramente eléctricos? Bastam alguns minutos de espera para abastecer os três depósitos de hidrogénio que a berlina comporta.
Se se pensar que, nas viaturas eléctricas, a "demora" varia entre os 30 minutos para carregar a bateria num posto rápido ou longas horas através de uma wallbox, percebemos as benesses que a tecnologia da pilha de combustível oferece.
Único senão em toda esta questão? É inexistente em solo nacional uma infra-estrutura de postos de carregamento de hidrogénio!
O Toyota Mirai de segunda geração é daqueles carros que não deixam ninguém indiferente por onde quer que passe… e percebemos como as cabeças das pessoas giraram para trás à nossa passagem na marginal do Guincho!
As linhas da berlina são evoluídas e emocionantes, com uma estética atraente perfeitamente adaptada ao gosto europeu.
Mede 4.975 mm por 1.885 mm de largura, com a altura a situar-se nos 1.470 mm e a distância entre eixos a situar-se nos 2.920 mm.
O interior é confortável luxuoso, como se quer numa berlina premium mas, se à frente o espaço é generoso, o mesmo não se pode dizer para os dois ocupantes dos bancos traseiros, que pode subir para três se se apertarem.
O porta-bagagens também não é gigante, apesar de a sua optimização conseguir oferecer 411 litros de capacidade sem os bancos traseiros rebatidos.
Dentro do habitáculo, destaca-se um tabliê imponente e bem desenhado, mas sem se distinguir em relação ao de um carro 100% eléctrico.
O painel de instrumentos tem oito polegadas enquanto o ecrã táctil multimédia é de 12,3 polegadas, compatível com Apple CarPlay ou Android Auto.
Como em todos os híbridos da Toyota, dispõe do comando para seleccionar o modo de condução segundo o percurso.
A excepção é um botão à esquerda do volante, com a inscrição H2O, usado para evacuar pelo escape a água gerada pelo sistema, para não molhar o espaço em que estaciona.
Se não tem essa preocupação, também não há qualquer problema, já que é o próprio carro que decide quando expulsar a água.
Já com o Toyota Mirai em rolamento, somos brindados por um silêncio quase absoluto a bordo e um conforto de condução de alto nível.
A condução da berlina é em tudo semelhante à de um "eléctrico", com a diferença de que é o sistema a produzir a própria energia.
As emissões são zero – emite apenas água – e tem ainda a capacidade de purificar o ar absorvido através de um catalizador que filtra até 95% das partículas com diâmetros até 2,5 mícrones.
Apesar do seu peso, não se assume como uma "bailarina" graças à boa distribuição do peso e à suspensão precisa, mesmo em percursos marcados por curvas e contracurvas.
Percebe-se, no entanto que a auto-estrada é o seu terreno de eleição para viagens de longo curso.
E, embora esteja decididamente voltado para a modernidade, a condução permanece intuitiva, com a direcção, muito assistida, a seguir a filosofia do carro.
A resposta é "electrizante", com a potência e o binário a serem imediato mal calcamos o pedal do acelerador, massem qualquer solavanco.
Sem qualquer sombra de dúvidas, o Toyota Mirai representa um passo decisivo em frente na mobilidade sustentável.
Claro que, para uma proposta válida para o dia a dia, é necessário ter um posto de abastecimento de hidrogénio por perto, o que não é o caso no nosso país.
Não é, por isso, uma surpresa que a berlina esteja mais apontada para o mercado empresarial. Setembro é a data de chegada aos concessionários nacionais do Toyota Mirai.
Proposto com três níveis de equipamento – Limusine, Premium e Luxury – e seis cores para a carroçaria, os preços arrancam nos 67.856 euros. Para as empresas serão 55.168 euros + IVA, já que o imposto é dedutível a 100%.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?