O novo Audi Q3 Sportback já chegou a Portugal com duas motorizações TDI e com preços a começar nos 51.600 euros. Nós já o conduzimos e vamos dizer-lhe se ficámos convencidos.
As diferenças ao nível da imagem são óbvias e concentram-se no volume traseiro, do pilar B para trás. A linha do tejadilho cai de uma forma mais pronunciada e dá origem a uma silhueta mais desportiva, quase como se de um coupé se tratasse.
O Q3 Sportback é 29 mm mais baixo que o Q3 convencional e graças aos pára-choques mais radicais é 16 mm mais longo. As linhas horizontais fazem com que este Q3 Sportback tenha uma imagem mais muscular e agressiva, mas mesmo que pareça mais largo, é 6 mm mais estreito que o Q3 regular.
Quanto ao interior, nada de novo. Isto é, este Q3 Sportback conta com um habitáculo quase decalcado do Q3 que já conhecíamos, mas isso está longe de ser uma crítica, até porque este é um dos melhores interiores do segmento. A unidade que conduzimos, equipada com o nível "S Line", contava ainda com várias aplicações em Alcantara.
Com o rádio MMI Plus de série, há um painel de instrumentos totalmente digital de 10,25 polegadas, ainda que seja possível optar pelo sistema Audi Virtual Cockpit opcional com um ecrã de 12,3 polegadas, que pode usar mapas do Google Earth e aceitar comandos de voz.
A oferta multimédia é formada por um ecrã central de 8,8 polegadas (de série), mas quem decidir optar pelo MMI Navigation Plus passa a ter à disposição um ecrã de 10,1 polegadas.
Uma das maiores alterações visuais face ao Q3 normal aconteceu na traseira e isso também tem implicações ao nível do interior, nomeadamente dos bancos traseiros, que perderam ligeiramente em altura. O espaço para a cabeça é reduzido, mas ao nível das pernas e dos ombros há espaço que chegue para dois ocupantes. Sim, leu bem, dois ocupantes, é que ao centro, por culpa do túnel de transmissão, é difícil "encaixar" alguém.
Ainda assim, importa dizer que os bancos traseiros podem ser regulados em inclinação e permitem um ajuste longitudinal de 130 mm.
O novo Audi Q3 Sportback chega ao nosso país nas versões 35 TDI e 40 TDI, ambas com um bloco de quatro cilindros em linha de 2.0 litros que produz 150 e 190 cv respectivamente.
Em ambos os casos este bloco surge associado a uma caixa de dupla embraiagem S Tronic com sete velocidades. Porém, se a versão 35 TDI só está disponível com tracção dianteira, o 40 TDI apresenta-se apenas com tracção total quattro.
Cada uma destas versões está disponível em duas versões: Base e S Line. A segunda, que nós tivemos oportunidade de testar, conta com uma imagem ainda mais agressiva vincada pelos pára-choques distintos, pelas jantes de 18 polegadas e pela suspensão desportiva.
Versão | Potência | Preço |
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35 TDI Base S Tronic | 150 cv | 51 600 euros |
35 TDI S Line S Tronic | 150 cv | 54 150 euros |
40 TDI Base quattro S Tronic | 190 cv | 62 600 euros |
40 TDI S Line quattro S Tronic | 190 cv | 65 250 euros |
Na apresentação nacional do Q3 Sportback todas as unidades disponíveis eram 35 TDI equipados com o nível S Line e com suspensão desportiva, ainda que na lista de opcionais também haja uma suspensão adaptativa.
É difícil apontar diferenças dinâmicas entre esta versão Sportback e a variante convencional do Q3, mas esta versão de corte mais desportivo conta, de série, com direcção progressiva, detalhe que deixa a direcção ligeiramente mais directa e precisa. A direcção não oferece grandes informações, mas este Q3 revelou-se sempre muito equilibrado durante o ensaio.
Este Q3 faz quase tudo bem e é muito eficaz em estrada, mas se isso é um dos seus maiores trunfos, também é, para nós, um dos seus maiores defeitos. Pedia-se mais agilidade e mais irreverência a um modelo de linhas visuais tão agressivas.
Destacamos ainda os travões, muito eficazes, com um "feedback" muito positivo no pedal. Isto, juntamente com a direcção progressiva de série, deu-nos confiança para andar a um ritmo mais apressado, mesmo que as condições meteorológicas durante este ensaio não fossem as melhores.
Num modelo de imagem tão dinâmica quanto este pedia-se um motor ligeiramente mais fluído e claro, patilhas de mudanças no volante. Há um modo manual à disposição, mas sempre através do manípulo da consola central.
Apesar da estreia nacional se fazer apenas com dois motores diesel, o Q3 Sportback recebe, já em Janeiro de 2020, uma motorização mild-hybrid, denominada 35 TFSI S Tronic, que combina um motor 1.5 turbo a gasolina com 150 cv com um sistema eléctrico de 48 V que consiste numa bateria e num motor/gerador eléctrico com 9 kW (12 cv) e 50 Nm.
Também no próximo ano vai chegar a versão mais potente da gama, a RS Q3 Sportback. Esta versão vai manter o bloco de 5 cilindros turbo de 2.5 litros que já conhecemos do RS3 e da primeira geração do RS Q3, ainda que muito evoluído, e terá ao seu dispor 400 cv de potência e 480 Nm de binário máximo.
Associado a este motor estará, como sempre, a caixa automática S tronic de sete velocidades e o sistema de tracção integral quattro, que lhe vai permitir acelerar dos 0 aos 100 km/h em 4,5 segundos.