Conduzimos o renovado Opel Astra com motores de três cilindros

A Opel atravessa um importante período da sua história e depois de ter sido comprada pelo Grupo PSA, deu início ao processo de electrificação da sua gama, ao lançar a versão totalmente eléctrica do Corsa, denominada Corsa-e. Mas apesar de este ser um modelo fundamental para a marca de Russelsheim, está longe de ser o único. Prova disso é o foco que a Opel acaba de colocar no novo Astra, cuja renovação acontece três anos depois do lançamento desta geração.

A apresentação ao público deste modelo aconteceu sob os holofotes do Salão Automóvel de Frankfurt, onde AQUELA MÁQUINA esteve presente, mas nós já tivemos oportunidade de o guiar nas fantásticas estradas de Oberursel, nos arredores de Frankfurt, e contamos-lhe tudo o que mudou e quanto vai custar no nosso país.

Imagem mudou? Pouco…

À primeira vista é difícil perceber que o novo Opel Astra está diferente, mas se soubermos onde procurar, as diferenças existem. A maior diferença aconteceu nos grupos ópticos dianteiros, que agora podem contar com tecnologia LED de 13 W e que estão unidos por uma linha horizontal metalizada. Avançando para a traseira, destacam-se apenas as alterações - ligeiras - no pára-choques.

Tal como lhe tínhamos dito, as alterações são muito ligeiras, mas mesmo assim, a Opel reivindica várias modificações "escondidas" que permitiram melhorar - e muito! - o coeficiente aerodinâmico deste modelo. A Opel diz mesmo que a Astra Sports Tourer entra na categoria das ‘station wagon’ mais aerodinâmicas do mundo, enquanto o Astra de cinco portas lidera entre os ‘hatchback’ compactos.

E o habitáculo?

As alterações no habitáculo também não foram radicais, mas são mais facilmente notadas, já que uma das maiores novidades é o novo painel de instrumentos digital. Os novos sistemas de informação e entretenimento têm três opções à escolha: Multimedia Radio, Multimedia Navi e Multimedia Navi Pro, sendo que este último dispõe de um ecrã táctil de oito polegadas. Todos os sistemas podem ser operados por voz ou através dos comandos no volante, sendo que todos são compatíveis com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto.

A possibilidade de carregar o telemóvel por indução, dispensado assim o uso de cabos, é outra novidade do Astra, que também passa a estar disponível com um sistema de som Bose com sete altifalantes e um subwoofer.

Para acompanhar os rivais, a Opel ainda deu a este novo Astra novas câmaras exteriores dianteiras e traseiras, sendo que a da frente, bastante mais potente, passa a ser capaz de detectar peões.

Só há motores de três cilindros

Deixámos o melhor para o fim, os novos motores de três cilindros. São, no fundo, a grande causa desta renovação, com a Opel a reclamar consumos mínimos e baixas emissões. Esta nova geração de motores, que são da Opel e não da PSA, cumpre a norma Euro 6d e vai ajudar a Opel a cumprir os novos limites de emissões que entram em vigor já em Janeiro do próximo ano.

Para se perceber a importância desta renovação, basta dizer que a Opel se ‘livrou’ de todos os motores que faziam parte do catálogo do Astra e trocou-os por novas variantes de três cilindros, turbocomprimidos e com cilindradas muito baixas.

No nosso país, a oferta diesel é composta por um motor de 1.5 litros que produz 122 cv e 300 Nm de binário com uma caixa manual de 6 velocidades e 285 Nm de binário com uma caixa automática de 9 velocidades. Por outro lado, a gama dos gasolina é formada por um 1.2 com 130 cv e 225 Nm de binário e por um 1.4 com 145 cv e 236 Nm de binário. O primeiro está combinado a uma caixa manual de 6 velocidades, o segundo surge de série com uma caixa automática CVT de 7 velocidades.

Quanto aos consumos, a Opel reclama 3,5 litros/ 100 km para o 1.5 diesel de 122 cv com caixa manual, sendo que na versão com caixa automática de 9 relações este número sobe para os 4,2/4,1 l/100 km. As emissões de CO2 anunciadas são de 92 e 112 g/km, respectivamente.

Para o 1.2 Turbo a marca germânica reivindica um consumo médio de 4,4/4,3 l/100 km, sendo que para o 1.4 Turbo os valores anunciados são de 5,0/4,9 l/100 km. As emissões de CO2 anunciadas são de 128/119 e 142/133 g/km, respectivamente.

Chassis também foi melhorado

As novidades mecânicas não se esgotam nos motores, com a Opel a anunciar modificações no chassis e novos amortecedores para aumentar os índices de conforto. As versões mais dinâmicos receberam ainda novos amortecedores com mais pressão, uma direcção com novo programa de assistência variável e um eixo traseiro com paralelogramo de Watt.

A isto junta-se ainda o novo sistema de travagem denominado EBoost, que promete muito mais eficácia, um ‘feeling’ maior e ainda uma pequena ajuda - de cerca de 1g/km - na redução das emissões de CO2.

Sensações ao volante

Explicadas as alterações do novo Astra, a primeiro coisa que podemos dizer é que este modelo surge na mesma linha daquilo que sempre caracterizou este modelo, e isso só pode ser considerado positivo. A afinação do novo chassis e da suspensão é ligeiramente mais firme, o que a juntar à direcção mais precisa, faz com que este Astra se porte muito bem nas curvas e a velocidades mais altas.

Tivemos oportunidade para testar as três motorizações disponíveis e gostámos particularmente da versão com o motor diesel 1.5 Turbo com 122 cv de potência. Andámos por estradas montanhosas e cumprimos alguns quilómetros em auto-estrada, o suficiente para perceber que esta é uma proposta à medida das famílias que façam algumas viagens longas, já que é precisamente em auto-estrada que o ‘rolar’ desta versão mais se destaca.

Não conseguimos ficar abaixo dos 6 litros por cada 100 quilómetros, um valor bem acima dos 4,6 litros/100 km anunciados pela Opel, mas ainda assim, é um registo que merece aplausos.

A fazer alguma crítica terá que ser à nova caixa automática de nove velocidades. Se em auto-estrada nem damos pelo seu funcionamento, em estradas montanhosas revelou-se algo lenta e obrigou-nos, por diversas ocasiões, a recorrer às passagens manuais.

Já conhecemos os preços

O Opel Astra já está disponível para encomenda no nosso país, com as primeiras unidades a serem entregues no início do próximo mês de Novembro. A gama distribui-se por três níveis de equipamento: Business Edition, GS Line e Ultimate.

Os preços começam nos 24.690 euros para o Astra 1.2 Turbo Business Edition, nos 33.290 euros para o Astra 1.4 Turbo Ultimate e nos 28.190 euros para o 1.5 Turbo D Business Edition. Na versão mais familiar, denominada "Sports Tourer", os preços arrancam nos 25.640 euros e vão até aos 37.240 euros da versão Ultimate com o motor 1.5 Turbo D (caixa AT9).