A DS Automobiles deu início, em Julho, à comercialização da gama electrificada E-TENSE em Portugal, decisão que faz parte da ofensiva de electrificação do Grupo PSA para os próximos anos. Um dos modelos que se estreia é a versão eléctrica do DS3 Crossback, que a marca gaulesa apresenta como o "primeiro SUV Premium totalmente eléctrico do segmento B disponível no mercado português".
Mas vamos por partes, primeiro importa falar da imagem do DS3 Crossback, um dos seus maiores pontos a favor. A DS quer ser diferente e isso fica visível na imagem dos seus automóveis.
O DS3 Crossback é irreverente e vanguardista, mas mais importante do que tudo, é um carro com carácter. Isto é ainda mais verdade nas versões equipadas com a linha de estilo "Performance Line", como era o caso da versão que ensaiámos. Este nível de equipamento acrescenta jantes de 17 polegadas com um desenho exclusivo, viários apontamentos mais desportivos e insígnias especiais que assinalam a identidade desta versão.
A primeira coisa em que reparamos é nos detalhes geométricos da consola central e no enorme ecrã de 10 polegadas. Os botões que controlam o sistema de climatizarão ou o sistema multimédia também estão inseridos numa moldura com o formato de um diamante, o que ajuda a criar uma ligação visual com o que nos é mostrado no "display" central. O "look" futurista só fica completo com o painel de instrumentos digital que está à frente do condutor.
Depois destas primeiras impressões, é impossível não notar a qualidade de todos os revestimentos do habitáculo. Existem plásticos duros, como é normal nos automóveis deste segmento, mas estão em zonas onde mal os vemos, tais como a zona inferior da consola. Mas tudo o que está à vista se destaca pelos bons padrões de revestimentos, nomeadamente a Alcantara que encontramos nos painéis das portas, no tablier e nos bancos.
O ponto menos positivo do habitáculo é mesmo o espaço disponível nos bancos traseiros. É certo que servem para acomodar de forma confortável dois adultos de estatura média, mas em viagens mais longas pode tornar-se algo desconfortável. O acesso aos bancos traseiros também podia ser melhorado.
O motor 1.2 PureTech de 3 cilindros turbo que equipa esta versão - e que já está presente em vários modelos do grupo francês - é a solução ideal para combinar com as características e capacidades deste SUV citadino. Na versão que conduzimos este bloco surge associado a uma caixa automática de oito velocidades que permite tirar todo o proveito desta motorização.
A DS reivindica consumos médios de 6,2 litros por cada 100 quilómetros percorridos, mas não conseguimos ficar abaixo dos 6,7 l/100 km. Não é um valor que nos assuste, até porque andámos na maior parte do tempo com o modo "Sport" activado. Nesta configuração, e fazendo uso das patilhas de mudança no volante, o DS3 Crossback ganha um toque de desportividade e isso nota-se na direcção, na resposta do acelerador e até nas passagens de caixa, que ficam mais rápidas.
Para quem estiver mais preocupado com os consumos, saiba que pode activar o modo "Eco" e adoptar uma condução mais poupada, já que neste modo a reposta do motor é suavizada e permite consumos mais baixos.
Uma vez que se trata de uma proposta "premium", está longe de ser barata. O preço para o 1.2 PureTech de 130 cv começa nos 33.749 euros, mas a versão que conduzimos, bastante equipada, estava fixada nos 38.540 euros.
Não, não é barato, mas é este o preço a pagar por uma proposta exclusiva e requintada. Este é um modelo que dá nas vistas por onde quer que passa e que o faz sentir especial quando o conduz, e isso, paga-se.
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Motor: 1.2 PureTech de 3 cilindros turbo
Preço desde: 33.749 euros
Preço versão ensaiada: 38.540 euros