O Mercedes-Benz GLB já chegou a Portugal e eu já o conduzi na versão que marca a entrada de gama das variantes Diesel, denominada 180 d.
Este modelo resultou da vontade da marca de Estugarda em fazer um automóvel que tocasse nos dois segmentos que mais vendas lhe têm garantido, os compactos e os SUV. Como tal, este GLB reúne as características mais práticas e urbanas dos primeiros, com os argumentos mais arrojados e funcionais de um verdadeiro "jipe".
No final do ano passado, quando o conduzi pela primeira vez, na região de Málaga, em Espanha, já tinha ficado com a ideia de que esta fórmula da Mercedes-Benz funciona. Agora, alguns meses depois, pude finalmente conduzi-lo em estradas nacionais e esta ideia ainda foi mais reforçada.
Assente na mesma plataforma MFA II que encontramos no Classe A, CLA, CLA Shooting Brake e Classe B, este novo GLB diferencia-se por contar com a maior distância entre-eixos de todos os modelos que recorrem a esta plataforma e por oferecer lugar para sete ocupantes. Porém, a terceira fila de bancos - indicada para pessoas até 1,68 metros de altura - é opcional e custa 950 euros.
Com 4634 mm de comprimento, 1834 mm de largura e 1658 mm de altura (a versão de sete lugares é 4 mm mais alta), este GLB é apenas 2,2 cm mais curto e 5,6 cm mais estreito que o GLC, pelo que espaço não falta. Aliás, nos bancos traseiros e na bagageira o GLB até leva vantagem sobre o irmão mais velho, já que conta com um motor em posição transversal, pelo que o habitáculo começa ligeiramente mais atrás do que no GLC, que tem um motor em posição longitudinal.
Os bancos da segunda fila deslocam-se longitudinalmente em até 14 cm (9 cm para a frente e 5 cm para trás). Na versão de sete lugares o banco da segunda fila é rebatível na proporção 40:20:40, funcionalidade que surge como um opcional pago na versão com lugar para cinco. Quanto à bagageira, oferece 570 litros de capacidade (mais 20 litros que o GLC), sendo que este número pode ir até aos 1805 litros na variante de cinco lugares e até aos 1680 litros na versão de sete.
Imagem inspirada no icónico Classe G
As linhas exteriores remetem-nos de imediato para o icónico Mercedes-Benz Classe G e isso fica visível ao nível das enormes protecções dos pára-choques e das cavas das rodas, bem como das formas mais rectangulares da carroçaria.
O resultado é um automóvel de imagem musculada e de linhas muito agressivas. Transmite uma sensação de robustez em estrada e tem uma presença assinalável, mesmo sendo uma proposta compacta.
As heranças do Classe G também se fazem notar no habitáculo, onde encontramos uma protecção cromada em frente ao banco do ocupante e uma pega muito robusta nas portas. Quanto à tecnologia, destaca-se o sistema MBUX, o mais recente da marca germânica, que pode ser combinado com dois ecrãs que podem assumir as medidas máximas de 10,25 polegadas.
A versão que testámos era a 180d, que marca o início de gama das motorizações Diesel. A Mercedes deixou de parte os motores Diesel fornecidos pela Renault para introduzir uma versão menos potente do seu motor OM 654q de 2.0 litros, que oferece três níveis de potência: 116 cv (180 d), 150 cv (200 d) e 190 cv (220 d).
Ao volante do GLB 180 d, que pesa cerca de 1700 quilos, seria de esperar que os 116 cv de potência se revelassem algo "curtos". Mas a verdade é que com a ajuda da caixa automática 8G-DCT (não me canso de elogiar esta transmissão), esta potência é mais do que suficiente para as exigências do dia-a-dia e nunca se revelou um problema durante os dias que passei com este GLB.
Importa ainda dizer que a versão ensaiada não contava com o sistema de tracção integral 4MATIC (disponível a partir das versões 200 d) nem com a suspensão adaptativa, um opcional de 1250 euros. Não senti falta de nenhum destes elementos, nem mesmo quando levei o GLB 180 d para fora de estrada. Porém, se fizer "off-road" com alguma frequência, poderão ser dois "extras" a considerar, uma vez que deixarão o GLB com ainda mais argumentos.
O 180 d não tem o vigor dinâmico do 200 d e do 220 d que testei em Málaga, no ano passado, mas tem "força" suficiente para as exigências diárias em cidade e fora dela. É um óptimo "rolador", fruto da sua suspensão conforto, e a direcção tem uma fantástica resposta. Contudo, e se entrarmos em curva a velocidades mais elevadas, sentimos algum rolamento da carroçaria, algo perfeitamente aceitável para um automóvel com este "porte" atlético.
O novo Mercedes-Benz GLB 180 d surpreendeu-me pela positiva. Tem imenso espaço a bordo, tem acabamentos de qualidade e capacidade para sete ocupantes. A terceira fila de bancos é um opcional de 950 euros mas acho que faz todo o sentido apostar neste "extra". Não só terá sempre dois lugar extra para usar como acredito que isso ajudará a conservar ainda melhor o valor deste automóvel no futuro.
Quanto ao bloco diesel de quatro cilindros de 2.0 litros, destaca-se pela eficiência e faz uma vencedora com a caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades. Com uma velocidade máxima de 188 km/h, está longe de ser um velocista, mas "chega e sobra" para as exigências do quotidiano, sobretudo a baixos regimes, em cidade, e em auto-estrada, onde se revela um verdadeiro "rolador".
O GLB é, acima de tudo, um automóvel muito versátil e capaz de fazer muitas coisas bem. E esta é mesmo a melhor forma de o descrever.
O Mercedes-Benz GLB 180 d já está à venda em Portugal com preços que começam nos 42.350 euros. Porém, a versão que testei estava equipada com vários opcionais que "empurraram" o preço final para os 49.276 euros.
Ficha Técnica
Motor: 2.0 com 4 cilindros em linha
Cilindrada: 1950 cc
Potência Máxima: 116 cv (3.400 - 4.400 rpm)
Binário Máximo: 280 Nm (1300 - 2600 rpm)
Velocidade Máxima: 188 km/h
0-100 km/h: 11,3 s
Consumo Médio: 4,8 l/100 km
Emissões CO2: 145 gr/km
Preço desde: 42.350 euros
Autor: Miguel Dias