O Jeep Compass é o modelo mais europeu do catálogo da Jeep. A marca norte-americana do grupo FCA percebeu que tinha de melhorar a presença no segmento dos SUVs compactos, bastante rentável no mercado europeu, e preencheu essa "vaga" com um modelo que se destaca pelo design atractivo, pelo habitáculo generoso e pelos motores diesel (1.6 MultiJet de 120 cv e 2.0 MultiJet de 140 cv).
Com 4.394 mm de comprimento, 1.819 mm de largura e 1.635 mm de altura, o Compass é 12,2 cm mais longo que o Renegade e 22,9 cm mais curto que o Cherokee.
DESIGN. Serão poucos os que não acham a silhueta do Jeep Compass atraente. A grelha dianteira de sete barras, presente em todos os modelos da Jeep, é presença obrigatória, mas tudo o resto representa uma mudança face aos restantes modelos da gama.
Os faróis dianteiros em halogéneo encaixam na perfeição na grelha frontal redesenhada, que no caso do exemplar que conduzimos contava com um acabamento escurecido que garantia ainda mais presença a este modelo.
As cavas das rodas musculadas e a secção traseira "arrebitada" ajudam a vincar a robustez de um modelo que pode contar com pintura bicolor. Este exemplar tinha a carroçaria em "branco Solid" e o tejadilho em preto, esquema que combinava na perfeição com a grelha dianteira escurecida, com os logos Jeep em preto e jantes de 18 polegadas escurecidas. Também as luzes traseiras, com tecnologia LED, contam com uma moldura em preto que ajuda a "ligar" com os restantes elementos.
O habitáculo está bem organizado no que aos comandos diz respeito e a posição de condução merece aplausos, sobretudo porque o banco pode ser ajustado em altura e na zona lombar, tal como o volante em pele, que também pode subir ou descer.
O sistema multimédia com um ecrã de 8.4 polegadas recorre, como é hábito, ao sistema Uconnect e mesmo custando 1.150 euros, é um opcional obrigatório. Além de mostrar as imagens da câmara de estacionamento traseira, permite espelhar tudo o que está no seu "smartphone" através do Apple CarPlay e do Android Auto.
Há tomadas USB, entradas AUX e vários espaços de arrumação que lhe permitem ter sempre tudo à mão e organizado, o que nem sempre é fácil num automóvel. Mas é o espaço disponível para quem viaja no espaço traseiro que mais nos surpreendeu, já que há muito espaço disponível ao nível dos joelhos, da cabeça e dos ombros, algo que nem sempre acontece com este tipo de propostas.
MOTOR. O Jeep Compass está disponível no mercado nacional com quatro propostas distintas, duas a gasolina e duas diesel. A gama a gasolina é formada pelo 1.4 MultiAir que pode assumir 140 e 170 cv. Já a oferta diesel é formada pelo 1.6 MultiJet de 120 cv e o 2.0 MultiJet 4x4 de 140 cv.
A versão que testámos estava equipada com o motor 1.6 MultiJet de 120 cv de potência (disponível às 3.750 rpm) e 320 Nm de binário máximo, disponível logo às 1.750 rpm. Esta é a proposta que mais se adequa à realidade do mercado nacional e depois de vários quilómetros ao volante deste Compass percebemos que "chega e sobra" para as encomendas.
Está longe de ser o motor mais excitante da gama Jeep no nosso país, mas cumpre com os desafios que lhe propomos e apresenta uma resposta interessante quando adoptamos uma condução mais agressiva. A marca norte-americana reivindica um consumo médio de 4,4 litros/100 quilómetros e não temos dúvida de que é possível lá chegar, com uma condução cuidada. Porém, sem preocupações a este nível, registámos uma média de 6.8 litros/100 quilómetros.
AO VOLANTE. O Jeep Compass apresenta uma posição de condução confortável e desportiva, à imagem das suas credenciais. A direcção é bastante leve mas precisa, com este Compass a apresentar uma condução muito versátil e que se adapta às necessidades do dia-a-dia. É confortável e fácil de conduzir em ritmo lento, dentro da cidade, mas com estrada aberta pela frente ganha vida e… mais emoção!
A suspensão – independente do tipo McPherson na dianteira e na traseira - é algo dura e deixou-nos divididos. É que se isso ajuda quando adoptamos uma condução mais desportiva, prejudica o conforto na hora de absorver irregularidades do asfalto.
CONCLUSÃO. Contas feitas, assumimos que esta motorização é aquela que se adequa mais à realidade do mercado português. É fácil cumprir consumos "razoáveis" ao volante do Compass e apresenta-se como um bom equilíbrio entre performances e consumo.
Como referimos acima, este motor está longe de ser o mais divertido da gama Jeep que pode comprar, mas é bastante versátil e combina na perfeição com aquilo a que o Compass se propõe: ser um SUV compacto com credenciais citadinas mas que também gosta de "passear" numa estrada com mais curvas…
Ainda assim, não espere que este Compass esteja à altura daquilo que sempre caracterizou a marca norte-americana: os registos fora-de-estrada. Mas todos conseguimos reconhecer que esse não é, nem pode ser, a maior preocupação de um modelo que foi feito à medida dos gostos do público europeu. Uma pena pagar Classe 2 nas nossas auto-estradas...
FICHA TÉCNICA
Motor: 1.6 MultiJet II Diesel
Cilindrada: 1.598 cc
Potência máxima: 120 cv/3.750 rpm
Binário máximo: 320 Nm/1.750 rpm
Velocidade máxima: 185 km/h
0 a 100 km/h: 11 s
Consumo médio: 4,4 l/100 km
Emissões de CO2: 128 g/km
Preço desde: 35.100 euros
Versão ensaiada: 36.400 euros
Recorde-se que neste momento o Jeep Compass beneficia de uma campanha de oferta de Garantia e manutenção de 5 anos ou 75.000 km.
+ IMAGEM. O desenho exterior merece aplausos e serão poucos os que não acham a silhueta do Jeep Compass atraente.
- SUSPENSÃO. Em alguns momentos achámos a suspensão demasiado dura.