Guiámos o Jeep Renegade com motor a gasolina de 1.0 litro

Apresentado no início deste Verão, no Salão Automóvel de Turim, em Itália, o renovado Jeep Renegade já está à venda em Portugal e depois de guiarmos a versão mais potente e mais radical da gama, denominada Trailhawk, foi a vez de testarmos a versão Limited com o motor tricilíndrico com 1.0 litro de 120 cv.

O Renegade e o Compass são os dois modelos da Jeep que melhor se encaixam no mercado europeu actual, dominado pelos SUVs compactos, e se a isso juntarmos um pequeno motor a gasolina e tracção 4x2, percebemos que este Renegade Limited foi feito à medida das exigências (e da carteira) do nosso país.

Esta variante Limited surge logo abaixo da versão topo de gama, Trailhawk, e acima das menos equipadas Sport, Longitude e Night Eagle, mas a proposta que testámos estava equipada com o motor mais pequeno da gama, o três cilindros a gasolina 1.0 turbo de 120 cv.

DESIGN. A imagem pouco ou nada se alterou face ao modelo anterior, mas isso não é uma crítica. O desenho exterior do Renegade remete-nos de imediato para a tradição da marca note-americana, algo que fica bem vincado na grelha dianteira de sete barras. 

Destacam-se os novos faróis redondos (pack Full LED opcional custa 1.000 euros), que na nossa opinião fazem toda a diferença, a nova faixa frontal inferior dianteira e claro, as jantes em liga leve de 19 polegadas (800 euros), isto já para não falar no tecto de abrir panorâmico, que apesar de ser opcional e custar 1.500 euros, transforma por completo o habitáculo desta proposta.

HABITÁCULO. Apesar de ter 4,2 metros de comprimento, a Jeep descreve este Renegade como sendo um "small SUV". Mas não se deixe enganar por este rótulo, é que o Renegade oferece muito espaço para quem viaja no banco traseiro, sobretudo ao nível dos joelhos e da cabeça.

A capacidade da bagageira não impressiona, já que está fixada nos 351 litros, mas importa dizer que o habitáculo conta com vários espaços de arrumação que se mostram muito práticos.

A posição de condução elevada é bastante confortável e o acesso ao habitáculo merece aplausos. Destacamos a qualidade dos materiais, os bancos em pele preta com inserções em cinzento (1.150 euros) e o volante desportivo que oferece boa aderência. 

O painel de instrumentos digital de sete polegadas (personalizável) e o sistema multimédia Uconnect de 8,4 polegadas (1.600 euros) também merecem aplausos, sobretudo este último, até porque é combinado com um fantástico sistema de som de 9 altifalantes assinado pela Beats.

MOTOR. Como referimos acima, este Renegade Limited estava equipado com um motor de três cilindros turbo de 1.0 litro que produz 120 cv de potência (disponível às 5.750 rpm) e 190 Nm de binário máximo (disponível logo às 1.750 rpm).

Este bloco surge associado a uma caixa manual de seis velocidades e a uma transmissão 4x2. A Jeep reivindica uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 11,2 segundos, uma velocidade máxima de 185 km/h e um consumo médio entre os 5,9 e os 6,1 l/100 km.

AO VOLANTE. Tal como já tinha acontecido com o Renegade Trailhawk, a condução deste Renegade Limited voltou a surpreender-nos pela positiva. Pode não ser tão capaz fora de estrada quanto a versão Trailhawk, mas não rejeita um desafio mais difícil por terrenos mais acidentados e revela-se um SUV muito confortável de conduzir em estrada aberta ou no meio da cidade.

É bastante ágil, fácil de estacionar (graças sos sensores traseiros e dianteiros e à câmara de visão traseira) e se "puxarmos por ele" é capaz de nos surpreender com a "genica" que demonstra na hora de acelerar e com a precisão que revela na hora de atacar uma curva.

O motor está longe de ser tão excitante quanto o bloco diesel de 2.0 litros e 170 cv do Renegade Trailhawk, mas somos obrigados a admitir que é uma solução bastante capaz e que se revela uma escolha interessante tendo em conta as exigências do mercado europeu actual.

Ainda assim, e depois de cerca de 200 quilómetros ao volante deste Jeep, ficámos com a certeza que é muito difícil cumprir os consumos anunciados pela marca. Se tiver o "pé pesado" é fácil fazer consumos na ordem dos 8 litros aos 100 km (ou até mais…).

CONCLUSÃO. A imagem jovem e radical do Renegade não passa despercebida em lado nenhum, até porque apesar de tudo isto ainda mantém vivo o passado da marca norte-americana.

O desenho exterior, o habitáculo tecnológico e os novos motores a gasolina de 1.0 litro fazem com este Renegade seja, mais do que nunca, uma escolha interessante e à medida de um público europeu mais jovem.

A condução em estrada é divertida e o motor esteve sempre à altura do que lhe pedimos. Mas a menos que esteja sempre preocupado em manter uma condução "económica", será difícil cumprir os consumos anunciados pela marca.

FICHA TÉCNICA

Motor: 1.0 Turbo Gasolina
Cilindrada: 999 cc 
Potência máxima: 120 cv/5.750 rpm 
Binário máximo: 190 Nm/1.750 rpm 
Velocidade máxima: 185 km/h 
0 a 100 km/h: 11,2 s 
Consumo médio: 6,1 l/100 km
Emissões de CO2: 138 g/km 
Preço desde: 25.500 euros 

Versão ensaiada: 33.280 euros 

Recorde-se que neste momento o Jeep Renegade beneficia de uma campanha  de oferta de Garantia e manutenção de 5 anos ou 75.000 km.

+ IMAGEM. Apesar de ter um "look" inspirado no passado da marca norte-americana, o novo Renegade tem uma imagem divertida e jovem.

- CONSUMOS. O motor tricilíndrico com 1.0 litro de 120 cv é muito competente, mas se tiver o "pé mais pesado" é fácil fazer consumos na ordem dos 8,0 litros aos 100 km (ou até mais…).