Guiámos o SEAT Arona, que chega a Portugal a 6 de Novembro

BARCELONA. "AQUELA MÁQUINA" foi à Catalunha para conhecer o Arona. É o novo SUV da SEAT e chega a Portugal em Novembro, com um preço a partir dos 17.805 € da versão 1.0 TSI Reference, a "mais despida" do catálogo.

O Arona é o benjamim de uma família que nasceu com o Ateca e vai crescer com uma proposta mais volumosa, até sete lugares, que está agendada para 2018. Mas o nome ainda é uma incógnita porque o seu anúncio foi adiado devido à situação política na Catalunha...

DESIGN. A imagem do Arona tem muito a ver com as formas assumidas no Ateca e reafirmadas no novo Ibiza, com o qual partilha a MQB A0, também presente no novo VW Polo. Nem podia ser de outra forma, já que a imagem de família é fundamental para qualquer construtor.

O Arona "caiu" no espaço do Ibiza, mas é mais do que um Ibiza de "calças arregaçadas". É verdade que a grelha dianteira e os LED’s dos grupos ópticos surgem como "assinaturas de marca", mas este SUV tem identidade própria e, tal como a concorrência depois do sucesso do Renault Captur, também adoptou uma imagem passível de personalização com a carroçaria de duas cores e muitas outras propostas opcionais...

Com 4,14 metros de comprimento, é oito centímetros mais longo do que o Ibiza. Tem a mesma largura (1,78 metros), mas a altura (1,55 metros) é 11 centímetros superior. A distância entre-eixos é a medida que define o espaço interior e, neste caso, os 2,56 metros permitiram potenciar a habilidade deste SUV compacto…

HABITÁCULO. O interior tem tudo a ver com o novo Ibiza, seja o volante, o desenho dos bancos ou o tablier, onde se destaca o ecrã de cinco ou oito polegadas (de acordo com o nível de equipamento) com um grafismo moderno e comandos intuitivos. Não podia ser de outra forma, porque o novo Ibiza deu um grande passo em frente a este nível...

A habitabilidade do Arona merece aplausos. Na frente, raramente há grandes dúvidas mas, num veículo familiar, a habitabilidade traseira é fundamental e, se dois ocupantes podem desfrutar do espaço, o terceiro acaba por estar (quase) a mais. Não é uma boa notícia, mas é uma realidade transversal à maioria dos concorrentes do SEAT.

Num familiar, o volume do porta-bagagens é fundamental. Este Arona oferece 400 litros, mais 45 litros do que o Ibiza, e o volume pode chegar aos 1.280 litros com os bancos rebatidos. É uma referência para este segmento em qualquer das configurações.

MOTORES. Na fase de lançamento a proposta de motores apenas oferece opções a gasolina, com base no bloco 1.0 de três cilindros a gasolina que, graças à sobrealimentação, garante potências de 95 e 115 cv.

Estes motores estão disponíveis com caixas de velocidades manuais de cinco ou seis velocidades ou automática DSG de sete velocidades. O preço começa nos 17.805 euros da versão menos equipada e vai até aos 24.615 euros do 1.0 TSI mais potente com caixa automática DSG. Lá para o final do ano, está previsto um 1.5 TSI com 150 cv (26.045 €) e, em 2018, um 1.6 TDI diesel de 115 cv.

As motorizações articulam-se com quatro nível de equipamento (Reference, Style, Xcellence e FR). Em média, a proposta é mais rica do que a da concorrência, propondo, de série, vários sistemas de ajuda à condução ou no campo do conforto, como o acesso "sem chave", carga wireless para smartphones e outros.

AO VOLANTE. Guiámos o Arona 1.0 de 115 cv com a caixa automática DSG (desde 24.520 €). É a opção apelativa em termos dinâmicos e é fácil gostar desta proposta.

Em estradas secundárias, cheias de curvas, o comportamento dinâmico é convincente. Apesar da altura ao solo dilatada (15,5 cm), não é evidente o rolamento da carroçaria. O trunfo começa na rigidez estrutural e passa pelo potencial do motor tão ágil e dinâmico quanto se pode esperar de um três cilindros com 115 cv.

A posição de condução é suficientemente elevada para melhorar a sensação de segurança do condutor, mas não é tão alta que assuste aqueles que gostam de uma condução mais agressiva.

Mas atenção, quem tiver o pé pesado vai pagar a factura. Com uma condução normal, mesmo com um ritmo rápido, realizámos médias na casa dos 7,1 litros/100 km, um valor normal para um motor deste tipo. Mas com acelerações fortes à saída das curvas, esse valor sobe exponencialmente.

Numa utilização em estradas mais do que sinuosas e com muita "mão de obra", gostámos da direcção. É bem assistida, mas rápida e eficaz. Apreciámos o desempenho da suspensão, que responde às exigências familiares em termos de conforto, sem condicionar a estabilidade direccional. Apreciámos o espaço interior e aplaudimos o volume da bagageira.