Guiámos o SEAT Leon Cupra ST de 300 cv (e não só) na neve e no gelo

INNSBRUCK. "Aquela Máquina" está na Áustria para conhecer as últimas evoluções da tracção 4Drive da SEAT, e nada melhor do que as condições radicais de neve e gelo para avaliá-las.

Em Portugal, um país onde só alguns sabem o que é neve e estradas com gelo, a tracção integral está associada a grandes aventuras fora de estrada, mas esta solução começa por ser uma mais-valia no campo da segurança, em condições de pouca aderência e até mesmo numa utilização quotidiana em asfalto. Mais tracção é sempre equivalente a mais segurança…

NEVE E GELO. A SEAT criou um menu completo, e a entrada passou pela condução do Ateca, o primeiro SUV da marca, que já se afirmou como uma das referências no seu segmento.

Há um ano, "Aquela Máquina" esteve na Finlândia e, em condições ainda mais radicais, foi testemunha do potencial deste SUV compacto, nas condições mais difíceis. Em face disto, as estradas geladas dos Alpes foram um reencontro com um modelo que Portugal já conhece bem nas suas versões 4x2, mas que atinge o máximo da sua polivalência com a proposta 4x4 com o motor 2.0 TDI de 190 cv com caixa automática DSG.

Para além do 4Drive o Ateca oferece modos de condução para lama e neve/gelo, que tornam a direcção e a resposta do motor mais progressivas. O "pacote" fica completo com o sistema de assistência de declives onde a electrónica assume o comando e o condutor apenas tem que se preocupar em rodar o volante. Por tudo isto, não temos dúvidas em afirmar que este SUV, não sendo um todo-o-terreno, merece (e justifica) o cognome de "todos-os-caminhos".

TRACÇÃO 4DRIVE. O sistema de tracção integral da SEAT chegou à sua quinta geração. Em termos teóricos pouco ou nada se alterou, mas na realidade há uma grande diferença.

O sistema de embraiagens Haldex, que permite distribuir o binário entre as rodas do trem dianteiro e traseiro de acordo com as necessidades, chegando até 50%-50%, conta com um sistema hidráulico, gerido electronicamente. 

Foi colocado na traseira, junto do diferencial, para optimizar a repartição de massas e ao mesmo tempo reduzir a inércia de funcionamento, porque o sistema está ligado ao veio de transmissão. Todas as peças foram revistas e optimizadas e sendo mais eficaz, também é mais leve.

Uma alteração deste tipo é imperceptível no dia-a-dia da condução urbana, mas faz toda a diferença para quem aprecia uma condução desportiva (para não dizer radical) com andamentos mais "acelerados".

SEAT LEON X-Perience. Tivemos oportunidade de o levar aos limites (pelo menos aos nossos...) numa pista de neve alta e fofa. Esta é uma proposta à medida de quem passa ao lado da moda SUV, mas pretende um veículo com mais altura ao solo e toda a tracção capaz de abrir as portas a algumas aventuras.

Neste segmento não há muitas alternativas a uma proposta que tem tudo a ver com modelos como a Audi A6 Allroad, ou o Mercedes E all terrain, do segmento superior.

O motor 1.8 TSI de 180 cv com 280 Nm de binário disponível entre as 1.350 e as 4.500 rpm tem excelentes características para uma condução em condições de aderência difícil, casando muito bem com o sistema 4Drive, que lhe garante uma polivalência extraordinária para quem olha um veículo como uma porta aberta para a utilização no campo do lazer.

Em condições radicais, como as que ultrapassámos, temos de aplaudir a capacidade do Leon X-Perience e o seu dinamismo num traçado difícil, onde não é fácil maximizar a tracção. 

SEAT LEON CUPRA. O prato forte do programa surgiu com o Leon Cupra ST de 300 cv, um modelo tão familiar como desportivo. Tanto ou mais impressionante do que a potência são os 380 Nm de binário disponíveis entre as 1.800 e as 5.500 rotações.

A disponibilidade de potência numa larga faixa de rotações, convida a uma condução verdadeiramente desportiva e isso é tão verdade no asfalto seco como numa estrada gelada. Aí é fácil passar da condução à pilotagem…

Desligado o controlo de estabilidade e assumido o modo de condução Cupra, uma pista gelada é um convite irrecusável para longos drifts. Nesta situação radical, onde o bom senso aconselha um chefe de família a utilizar os auxiliares de condução, é fácil perceber a grande agilidade de um modelo que tem uma imagem dinâmica, mas esconde o seu verdadeiro carácter desportivo.