Guiámos o Volvo XC40 D4 e damos-lhe todos os detalhes… e opiniões!

Se o lado emocional ainda conta muito no momento da compra de um automóvel, então a Volvo tem uma pequena "pérola" no XC40, o primeiro SUV compacto da marca sueca que já pudemos guiar nos arredores de Barcelona! Pelas linhas extremamente cativantes, personalizadas e diferentes, pelo interior acolhedor, "hi-tech" e de enorme funcionalidade e pela agradabilidade geral da sua condução em várias situações.

O primeiro automóvel global da gama "40" – a mais baixa da Volvo e que conhecerá mais modelos – recorrer à nova plataforma modular CMA (Compact Modular Architecture), desenvolvida em parceria com os chineses da Geely. Que a usam no novo Link & Co, lançado na passada semana, com estrondoso sucesso! A Volvo espera seguir o mesmo caminho, em especial pela capacidade de sedução que as formas invulgares vão conseguir, realçadas pela opção da pintura bitom: a grelha invertida, côncava; a nova interpretação das luzes diurnas com uns "martelos de Thor" mais "rasgados"; as linhas tensas por cima, em contraste com as superfícies lisas de lado, só "desmentidas" pelas surpreendente "cratera" na zona inferior das portas; a traseira que parece empurrar todo o carro para a frente, transmitindo-lhe uma imagem muito dinâmica e com umas ópticas que já são a assinatura dos SUV da Volvo.

E este não é apenas um daqueles "SUV de trazer por cidade", tem 21,1 cm de altura ao solo e ângulo de ataque de 21,7º e de saída de 30,4º. Não é um TT, mas já permite saídas de estrada com alguma confiança, em especial nas versões com a tracção integral. E mesmo par manobrar em locais mais difíceis ou apertados, a fantástica câmara de 360º, que reúne as imagens das duas câmaras laterais mais as das dianteira e traseira, é ajuda inestimável.

O "design" conseguiu um pequeno milagre, dando um ar muito mais compacto ao XC40 do que ele realmente é… Afinal, o mais pequeno dos SUV suecos é maior em todas as dimensões que, por exemplo, um Nissan Qashqai, apesar de não o parecer, nem em fotos nem à "vista desarmada". Com 4,425 m de comprimento, por 1,863 m de largura e 1,652 m de altura, fica-se por valores mais parecidos com os do BMW X1 ou do Mercedes GLA, com duas medidas semelhantes mais nitidamente mais baixos. O X1 tem uma distância entre eixos ligeiramente maior que os 2,702 m do XC40 que ganha por 3 mm ao GLA.

Dentro destas cotas, as opções na distribuição do espaço divergiram, essencialmente, entre Volvo e BMW. O XC40 oferece uma óptima habitabilidade nos bancos traseiros, com muitos centímetros para as pernas e espaço desafogado para a cabeça, apesar da posição bastante vertical das costas dos assentos que se podem rebater na proporção 60:40. O habitáculo mais espaçoso acabou por roubar volume à bagageira que é apenas mediana para o segmento e está longe dos 505 litros do X1: vai dos 460 aos 1336 litros mas contando todo o volume, ou seja, também o grande vão existente sob o fundo da bagageira, mas que pode ser ocupado com uma roda sobressalente.

Aproveitemos "estar" na mala para percebermos a forma como a Volvo encarou o projecto deste XC40 para lhe conferir enorme funcionalidade, por vezes com detalhes verdadeiramente… deliciosos! Se precisarmos da altura da mala toda, a chapeleira pode ser guardada sob o fundo falso. Este, por sua vez, pode assumir uma posição dobrada, dividindo a mala numa zona posterior e apresentando ganchos para pendurar sacos, além de deixar à vista o tal vão profundo. Uma configuração óptima para uma ida ao supermercado! O portão traseiro tem funcionamento eléctrico e pode ser comandado com a passagem do pé sob o pára-choques. Também o rebatimento dos bancos pode ser feito em teclas na mala.

Mas os pequenos-grandes detalhes encontramo-los um pouco por todo o lado no habitáculo, em especial nos lugares dianteiros. As colunas de som encontraram nova localização para as bolsas das portas ganharem amplitude suficiente para receber um computador portátil e uma garrafa de água! E são forradas a tecido, ou seja, coisas que andam aí à solta não fazem barulhos incomodativos. Há várias ranhuras para colocar cartões multibanco ou de acesso a parques, tal como um pequeno espaço, no meio, para moedas. Sob o banco do condutor, há uma gaveta em que cabe um mini "tablet" ou um caderno de notas.

No vão da consola central está o dispositivo para carregar os telemóveis por indução e o apoio de braços esconde, além de um profundo espaço para arrumações – cabe uma caixa de lenços, mas também é óptimo para quem gosta de viajar com a máquina fotográfica sempre à mão –, uma fantástica ideia: uma pequeno recipiente, facilmente retirável e com uma tampa com mola, que serve de "caixote de lixo" onde vamos deitando os milhentos papelinhos disto e daquilo que vamos acumulando no carro. Depois é só sacudir e deixa de haver lixo espalhado no interior. Toque final: do porta-luvas pode sair um gancho onde pendurar o saco com aquela refeição que acabou de se comprar no "take away" e que não queremos espalhada no revestimento do carro… feito numa alcatifa a partir da reciclagem de garrafas de plástico!

Além dos inúmeros "coelhos tirados da cartola" em termos de funcionalidade, este é um Volvo que pretende oferecer a mesma experiência "premium" dos outros XC, mesmo se em tamanho mais pequeno. Lá encontramos o ecrã central táctil de 12’’ com o sistema Sensus que torna a sua utilização intuitiva, todos os comandos no sítio certo, a instrumentação de leitura clara e um acabamento de bom nível. Mas o computador de bordo continua a ser de utilização pouco prática e nota-se que estamos na gama mais baixa ao tocar em vários plásticos mais duros em vários pontos do habitáculo…

Pudemos guiar a versão D4 Momentum, a primeira a chegar ao mercado nacional, com o Diesel de 190 cv, caixa automática Geartronic de 8 velocidades e tracção integral, mecânica já conhecida do "irmão grande" XC60. Em auto-estrada, dentro dos limites, o XC40 rolou de forma suave e agradável, com bom nível de conforto. Numa estrada de montanha quase deserta conseguimos ver melhor o que valia toda a sua nova plataforma e… foi uma surpresa! Apesar da altura relativamente elevada, o chassis mostrou-se extremamente competente, com poucos movimentos da carroçaria, a adornar quase nada, mesmo experimentando entrar na curva quase a "velejar", sem o motor a ajudar.

Quando solicitado o forte poder do motor (190 cv, 400 Nm), aliado à tracção integral, o XC40 parecia ficar sobre carris e quase desaparecia a natural tendência para escorregar de frente. A capacidade do carro sueco nas estradas sinuosas convenceu-nos quanto à capacidade da plataforma CMA para os próximos modelos da gama "40" que aí virão, alguns com ambições mais desportivas ou, pelo menos, dinâmicas que este XC40.

Obviamente que a Volvo oferece ainda (ou propõe como opção) uma miríade de equipamento de segurança activa e passiva, além de sistemas que já configuram uma condução semi-autónoma, dentro dos limites permitidos por lei. Por exemplo, o Pilot Assist combina o "cruise control" activo com o sistema de manutenção na faixa e guia o XC40 sozinho durante algum tempo antes de "tocar para a chamada", exigindo que o condutor ponha as mãos no volante. E depois há todos os outros sistemas já conhecidos dos outros Volvo, mas agora disponíveis num modelo mais acessível. Que, durante 2018, há-de estar disponível numa nova modalidade que não inclui a compra mas uma espécie de renda, segundo o novo programa "Volvo Care", associado a uma série de serviços, mas que ainda não se sabe quando se tornara realidade em Portugal.

A fase de encomendas já arrancou em Novembro e apesar de, inicialmente, chegarem apenas as versões D4 e T5 (entre Março e Abril), embora com tracção integral, os outros motores estarão disponíveis cerca de um mês depois. Sendo, obviamente, o D3 apenas com tracção dianteira e Diesel de 150 cv, o que deverá representar maior volume de vendas. Os preços-base de cada versão da gama Volvo XC40 aqui ficam:

Diesel

D3 Manual 6v (150 cv)                39.956 €

D3 Geartronic 8v (150 cv)           42.519 €

D4 Geartronic 8v (190 cv)           52.150 €

Gasolina

T3 Manual 6v (152 cv)                 36.640 €

T5 Geartronic 8v (247 cv)            51.500 €

Haverá ainda o T4 a gasolina, com 190 cv, tracção dianteira e caixa automática Geartronic de 8 velocidades, mas não foi ainda divulgado qual o seu preço. A Volvo confirmou que, mais tarde, o XC40 terá também versões híbrida e puramente eléctrica, embora não tenha adiantado datas.