Já guiámos o novo Jaguar F-Type de 300 cv: 4 cilindros que valem por 6

O novo motor de quatro cilindros a gasolina com 2.0 litros e 300 cv de potência é o bloco mais performante da história da marca de Coventry com esta arquitectura. Vai estar disponível na gama da Jaguar e vem diversificar a proposta da família F-Type, que reúne os mais apelativos desportivos do seu catálogo.

"AQUELA MÁQUINA" esteve na Noruega para conhecer esta proposta e podemos afirmar que é uma alternativa interessante aos 3.0 V6 com 340 cv. Pode ser visto como um modelo de "acesso à gama", mas é muito apelativo ao nível do preço (desde 68.323 €) e no campo da relação performances/consumo. E não nos podemos esquecer que custa menos 28 mil euros do que o V6 com uma caixa automática de oito velocidades.

Os designers rejuvenesceram esta proposta com detalhes que já eram conhecidos nos modelos mais potentes e desportivos, ao mesmo tempo que os engenheiros conseguiram reduzir o peso da estrutura monobloco (chassis/carroçaria) para 1.567 kg. O resultado passa pelo dinamismo da condução, num desportivo com performances interessantes e, ao mesmo tempo, consumos de combustível e emissões poluentes mais reduzidas.

Para se ter uma ideia, o F-Type Coupé com o motor de quatro cilindros e 300 cv é capaz de passar de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos, um valor semelhante ao anunciado para o 3.0 V6 de 340 cv.

O segredo do novo 2.0 Ingenim de 300 cv passa por um sistema electro-hidráulico na cabeça do motor, permitindo uma gestão variável das válvulas de admissão com o objectivo de aumentar a eficiência e garantir a potência ao longo de uma gama dilatada de rotações. O colector de escape foi redesenhado e o líquido de refrigeração, que flui pelas condutas do colector, reduz o tempo da aquecimento, permitindo reduzir consumo e emissões. O colector foi associado a um turbo twin-scroll (espiral dupla) com elementos cerâmicos, o que evita as interferências dos gases de escape para assegurar uma resposta muito mais rápida. Os injectores foram montados em posição central para optimizar a nebulização da mistura que chega aos cilindros.

Ao volante, e tecnologias à parte, podemos dizer que se por um lado o coração nos puxa para o 3.0V6 de 340 cv, por outro a razão aponta o novo bloco 2.0 de 300 cv – é tudo uma questão de dinheiro...

A elasticidade dos motores V6 e a sua sonoridade são (ou eram) música para os ouvidos, mas isso já faz parte do passado. Tudo mudou, até a sonoridade dos escapes do 2.0 de quatro cilindros, que usurpou o cantar dos V6. O som pode ser "fabricado", mas está lá, e este motor canta que encanta.

É certo que o novo 2.0 litros perde 40 cv para o 3.0V6, e isso faz toda a diferença... Mas a potência está disponível a um regime mais baixo (400 Nm entre as 1.500 e as 4.500 rpm), garantindo respostas rápidas em estradas sinuosas, em que cada travagem forte necessita da agilidade da reaceleração, e o prazer de condução não sai beliscado.

Tudo isto é tão verdade para o coupé, como para o "convertible", à excepção do preço. O prazer de poder guiar a céu aberto custa mais 7.150 euros.

Ficha técnica

Motor                                     2.0 Ingenium
Cilindrada (cc)                        1.997
Potência máxima (cv/rpm)       300/5.500
Binário máximo (Nm/rpm)       400/1.500-4.500
Velocidade máxima (km/h)      249
0 a 100 km/h (s)                     5,7
Consumo médio (l/100 km)      7,2
Emissões de CO2 (g/km)          163
Preço desde (€)                       68.324

+ PREÇO. O novo motor 2.0 de quatro cilindros permite manter as performances em "alta" e garante que o preço possa estar em "baixa". 

- DESCAPOTÁVEL. A diferença de preço entre o coupé (o nosso preferido) e o descapotável parece-nos um exagero...