Já guiámos o novo Land Rover Discovery e soubemos os preços

St. GEORGE, UTAH. "AQUELA MÁQUINA" veio aos Estados Unidos para conhecer o novo Land Rover Discovery. Admito que tenho alguma familiaridade com este modelo e que a curiosidade é muita...

Em 1989 estive no Salão Automóvel de Birmingham onde foi apresentada a primeira geração de um 4x4 que, ao longo dos anos, manteve o carácter, apesar de ter cedido a uma imagem mais urbana, sem nunca abdicar no campo das performances em todo-o-terreno.

Mas, depois da certidão de óbito do Defender, o "velho" Discovery também vai passar à história, embora a morte anunciada ainda não tenha data marcada. Durante algum tempo, vai coexistir com o novo Discovery, uma proposta aburguesada e próxima dos Range Rover. Mas em termos de desempenho fora de estrada, é uma agradável surpresa...

DESIGN. A rotura com o passado, feito de linhas direitas, é radical. O designer é o mesmo, mas a orientação é tão diferente como a forma. Pode dizer-se que a robustez deu lugar à elegância, numa estrutura monobloco (chassis/carroçaria) em que o alumínio representa cerca de 85% do material para reduzir o peso.

O novo Discovery tem uma identidade própria no desenho e na volumetria de uma carroçaria com 4,97 metros de comprimento que, aliada a 2,92 metros de comprimento, garante muito espaço para cinco pessoas e oferece sete verdadeiros lugares numa configuração 2+3+2 opcionais. Pode dizer-se que está na "onda" do Discovery Sport, mas tem uma identidade própria.

HABITÁCULO. Para além do requinte, no interior o maior destaque passa pelo espaço disponível em qualquer tipo de configuração, mas também nos inúmeros porta-objectos, para já não falar em nove entradas USB e seis tomadas 12V e um hot-spot WiFi, com capacidade para ligar até oito dispositivos.

No ecrã do tablier, ou numa "App" disponível para smartphones, a configuração dos bancos pode ser controlada remotamente. É uma proposta tão prática como úteis são os 1.231 litros de volume da bagageira, na configuração de cinco lugares, que pode chegar aos 2.500 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.

MOTORIZAÇÕES. No lançamento, a proposta de motores passa por três opções diesel (2.0 TD4 180 cv, 2.0 SD4 240 cv e 3.0 TD6 258 cv), e uma a gasolina (3.0 Si6 de 340 cv) e todos contam com uma caixa automática de oito velocidades e tracção 4x4 com a possibilidade de bloquear o diferencial central e o traseiro (opcional). 

As aventuras fora de estrada são emocionantes, mas no "mundo real" a maioria dos clientes de um SUV não equaciona a possibilidade de colocar uma roda fora de estrada, mas com o novo Discovery sabem que o podem fazer, com o máximo de segurança.

AO VOLANTE. No primeiro contacto com o novo Discovery, temos que admitir que gostámos…É certo que os 180 cv do bloco 2.0 TD4 de 180 cv não impressionam num veículo com 2,17 toneladas, mas a caixa automática ajuda (e muito) a garantir a dinâmica de condução, que merece aplauso na versão de 240 cv, que faz toda a diferença, até no preço: mais 5.500 €.

Os motores seis cilindros de 3.0 litros de cilindrada – o TDV6 diesel, de 258 cv e o Si6, a gasolina, com 340 cv, são casos à parte. Não é fácil destacar um deles. Ambos têm virtudes. O gasolina é muito mais musculado e dinâmico para uma utilização no dia-a-dia, mas o diesel é mais polivalente na resposta a baixo regime e é a melhor opção para aqueles que sabem que há mais mundo para além do alcatrão...

Os maus caminhos fazem parte do ADN da marca e, se as aparências enganam, o novo Discovery é um Land Rover "da verdade", seja para o mais experiente, seja para o mais novato que, graças ao sistema Terrain Response 2, pode parecer um "profissional" dos maus caminhos nas condições mais radicais de lama, areia e até neve.

A electrónica faz milagres, e no campo da inovação este modelo está "muito à frente". A suspensão pneumática – que garante o maior conforto em qualquer circunstância, para além de permitir regular a altura ao solo – é apenas um bom exemplo dessa tecnologia.

Provámos e comprovámos esta situação: o novo Discovery pode ter um aspecto elegante e refinado, mas continua a ser um verdadeiro todo-o-terreno e, mesmo com um chassis/carroçaria em alumínio (ou talvez por isso), tem uma rigidez estrutural a toda a prova. Mesmo em situações radicais de cruzamentos de eixos, é possível abriras portas ou a bagageira.